O que se fez no turismo "pode ser aplicado com sucesso noutras políticas públicas"
Venceu o prémio de gestor público do ano, onde concorria com Vítor Fraga (responsável pela liberalização do setor da aviação nos Açores) e o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira (pela promoção do Porto e Norte de Portugal nos mercados internacionais). De acordo com a organização, a sua nomeação deveu-se ao "estímulo à inovação no sector, aposta no marketing digital e novas formas de promoção do destino Portugal". O que significou esta vitória para si?
Defendi a liberalização do setor, a eliminação de barreiras à entrada, a simplificação da vida a quem quer fazer negócio, a rejeição do protecionismo, a despolitização da promoção, a adesão a novas fórmulas de comunicação, o foco na procura, a abertura ao digital. É bom saber que esse esforço foi bem recebido e reconhecido pelo setor. Estou confiante de que tudo isso pode ser aplicado com igual sucesso nas restantes políticas públicas.
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Isso ajuda a explicar os resultados recorde do turismo?
Não consigo conceber que um membro do governo considere que os resultados de um setor se devem a si. Por isso me centrei na despolitização e liberalização e não na criação de políticas públicas. Não me cansarei de dizer isto, por muito polémico que possa ser: os resultados recorde são essencialmente do setor privado e, no que ao governo disser respeito, devem ser partilhados com os governos anteriores.
As alterações na promoção são políticas públicas...
E por isso insisti na sua despolitização, num contexto de libertação do setor, para o tornar mais competitivo. A liberdade resulta. Orgulho-me de ter recebido o país em vigésimo lugar no ranking mundial da competitividade, em queda constante, e de o ter deixado em décimo quinto, pela primeira vez a subir.
Podemos continuar a bater recordes? O que é essencial para isso?
Este é o tempo e o espaço do novo governo. Salvo algum motivo excecional, não tenciono pronunciar-me sobre as políticas públicas do setor que tutelei.
Partilhou o prémio com o Turismo de Portugal. Quais foram os principais contributos do TP para esta revolução no turismo nos últimos anos?
Se não fosse o TP, se não fosse a sua enorme capacidade de adaptação e aceitação da mudança, nada do que defendi teria saído do papel. Devo muito a todos os que lá trabalham.