Economia desacelera para 2,1% no terceiro trimestre

Consumo das famílias travou, tendo sido o principal responsável pelo enfraquecimento do ritmo económico. O investimento até acelerou.
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A economia portuguesa perdeu força, desacelerando de 2,4% no segundo trimestre para 2,1% no terceiro, indicou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O consumo das famílias travou, tendo sido o principal responsável pelo enfraquecimento do ritmo de expansão do produto interno bruto (PIB). O investimento até acelerou.

"A procura interna registou um contributo menos positivo, em resultado da desaceleração do consumo privado, uma vez que o investimento apresentou um crescimento ligeiramente mais acentuado", refere o INE na estimativa rápida das contas nacionais.

O comércio internacional também continua a penalizar a dinâmica de crescimento, já que "a procura externa líquida [exportações menos importações] apresentou um contributo negativo idêntico ao observado nos dois trimestres anteriores", refere o INE.

No fundo, significa que o crescimento das exportações totais de bens e serviços está cada vez mais fraco, comparando com o avanço das importações. Como esta é uma estimativa rápida, o INE ainda não calcula o andamento das exportações e importações no terceiro trimestre, mas sabemos que no período de abril a junho as vendas de Portugal ao exterior estavam a crescer 6,8% em termos homólogos, sendo superadas pelo ritmo das importações que acelerou para 7,9%.

O que está a acontecer com as vendas da Autoeuropa, por exemplo, com milhares de carros acumulados no porto de Setúbal devido à greve dos estivadores precários deverá estar a penalizar diretamente as exportações nacionais.

Abaixo da média anual

Os 2,1% de crescimento no terceiro trimestre reduzem a média do ano para 2,2%, que assim fica abaixo dos 2,3% estimados pelo governo para o conjunto de 2018 (estimativa do Orçamento do Estado de 2019). O ritmo médio de janeiro a setembro só não foi inferior a 2,2% porque o INE reviu em alta (mais uma décima) os crescimentos do primeiro e do segundo trimestre, para 2,2% e 2,4%, respetivamente.

Crescimento em cadeia também enfraquece

"Comparativamente com o 2º trimestre de 2018, o PIB aumentou 0,3% em termos reais, menos 0,3 pontos percentuais que no trimestre anterior", revela o INE. "O contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB passou de nulo a negativo, refletindo uma diminuição das exportações de bens e serviços mais intensa que a das importações.

O contributo positivo da procura interna aumentou no 3º trimestre, traduzindo o crescimento mais elevado do consumo privado e do investimento." A segunda estimativa para as contas nacionais trimestrais do terceiro trimestre de 2018 será divulgada no próximo dia 30 de novembro de 2018, segundo diz o INE.

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