CTT vão fechar 22 lojas. Comissão de trabalhadores teme novos encerramentos
Os CTT preparam-se para fechar 22 lojas no âmbito do plano de reorganização previsto até 2020. O encerramento dos espaços, ao qual estão ligados 53 quadros, ainda não tem data. A comissão de trabalhadores (CT) teme que o fecho de balcões não se fique por aqui.
"Os CTT confirmam o plano de adequação da sua rede envolvendo estes 22 pontos de acesso, inseridos nos mais de 2300 existentes e dos mais de 4000 agentes PayShop, que nesta fase ainda não tem data marcada", confirmou o operador postal depois de notícias de que os CTT tinham pedido à comissão de trabalhadores um parecer sobre o encerramento de mais de duas dezenas de lojas espalhadas pelo país.
Socorro, Junqueira, Filipa de Lencastre, Olaias (Lisboa), Camarate (Loures), Aldeia de Paio Pires (Seixal), Lavradio (Barreiro), Alpiarça (Santarém); Alferrarede (Abrantes), Asprela, Areosa, Galiza (Porto); Riba d"Ave (Vila Nova de Famalicão), Termas de São Vicente (Penafiel), Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Freamunde (Paços de Ferreira), Araucare (Vila Real), Universidade (Aveiro), Barrosinhas (Águeda), bem como Avenida (Loulé), são as lojas que é previsto encerrarem em Portugal continental. Já nas regiões autónomas estão previstos dois encerramentos: Calheta (Ponta Delgada) e Arco da Calheta (Madeira).
A "redução de afluência de público" e o facto de "haver, nas proximidades, alternativas" foram as razões apresentadas pelos CTT no pedido de parecer feito à comissão de trabalhadores (CT) para este encerramento. "Socorro tem uma elevada afluência e não dá de certeza prejuízo aos CTT", refere José Rosário, coordenador da CT dos Correios, questionando as opções feitas pela companhia.
A Comissão de Trabalhadores tem dez dias para dar o seu parecer, mas este não é vinculativo. "É um pedido de parecer meramente formal, o que significa que, após o parecer da CT, a empresa pode começar a encerrar as lojas."
"Otimizar a implantação da Rede de Lojas através da conversão de lojas em postos de correio" ou o "fecho de lojas com pouca procura por parte dos clientes" eram algumas das medidas previstas no plano de reorganização dos CTT apresentado em dezembro, prevendo com isso a empresa gastos não recorrentes de 15 milhões.
"Temo que isto seja o princípio de algo maior. Que, no limite, a empresa queira apenas ficar nas cerca de 200 lojas que têm o Banco CTT", refere o coordenador da comissão de trabalhadores. Até ao fecho desta edição não foi possível obter do operador postal um comentário sobre eventuais novos encerramentos na rede, que, no final de junho do ano passado, tinha 4377 pontos de contacto, dos quais 613 lojas próprias, 1744 lojas em parceria (postos de correio) e 2020 postos de venda de selos.
No âmbito do plano de reorganização, os CTT querem reduzir 800 trabalhadores, mas, ao que tudo indica, os 53 quadros destas lojas não serão afetados. "Os trabalhadores serão transferidos para outras lojas, não havendo lugar a qualquer rescisão", garante fonte oficial dos CTT.