Crise do 737 Max leva Boeing a prejuízos anuais pela primeira vez desde 1997
Pela primeira vez desde 1997, a fabricante norte-americana apresentou perdas durante um exercício anual, como consequência dos acidentes com os aviões 737 Max. Durante a apresentação de resultados, a empresa avança que encerrou 2019 com prejuízos na ordem dos 636 milhões de dólares. As receitas anuais também desceram, ficando-se pelos 76 mil milhões de dólares, uma quebra de 24% em relação a 2018.
Nos resultados trimestrais, a Boeing apresenta receitas de 17,9 mil milhões de dólares no quarto trimestre de 2019, menos 37% do que no mesmo período de 2018. Nessa altura, a Boeing registava receitas na ordem dos 28,3 mil milhões de dólares.
A empresa revelou que os custos para resolver todos os incidentes causados pelo modelo podem duplicar. Até aqui, a empresa estimava que seriam necessários nove mil milhões de dólares; as previsões mais recentes, divulgadas pela Boeing, colocam os valores nos 18,6 mil milhões de dólares.
Nestes valores são contabilizados os pagamentos a companhias aéreas, por exemplo. Nos resultados, a Boeing indica também a quantidade de aviões entregues. Se em 2018 a companhia aérea entregou 806 aeronaves, em 2019 encerrou o ano com 380 aviões entregues.
A área dos aviões comerciais resultou em prejuízo para a Boeing: em 2019 a fabricante perdeu 6,6 mil milhões de dólares neste segmento. A empresa estima que a suspensão de voo dos Boeing 737 Max tenha resultado em quatro mil milhões de dólares de despesas adicionais. Na nota que acompanha os resultados, o novo CEO da Boeing, David Calhoun, descreve que "há muito trabalho a fazer".
Cátia Rocha é jornalista do Dinheiro Vivo