Contratos de telemóvel sem fidelização podem custar o dobro
Analisando os preços das operadoras de telecomunicações é possível concluir que, em alguns casos, e comparando os preços dos contratos que têm fidelização com os que não têm fidelização, os preços duplicam para estes últimos. A análise é do Jornal de Notícias que revela que mais de ano meio após a entrada em vigor das alterações à Lei das Comunicações Eletrónicas, apenas 9% dos clientes não tem contrato com fidelização.
Analisando três operadoras, Meo, Nos e Vodafone, é possível ver que alguns valores basicamente duplicam de um lado para o outro. Na Meo, por exemplo, um contrato de 24 meses com fidelização custa 59,99 por mês e adesão grátis. No entanto, um contrato sem fidelização já envolve o pagamento de 69,99 por mês e a adesão custa 350. Este último valor é o dobro do valor de adesão para um contrato fidelizado de 12 meses.
Relativamente à Vodafone, a situação é parecida no que toca à adesão (150 para 270, continuando nos 0 no período 24 meses), mas a mensalidade torna-se bastante mais cara. Assim, num contrato de 12 meses com fidelização o valor mensal é de 59,90, que salta para 118,90 no contrato sem fidelização.
Na Nos, um contrato de 24 meses com fidelização custa 59,99 euros, e um sem fidelização custa 69,99. Na mesma comparação, os 0 euros de adesão nos 24 meses passam a 350 nos contratos sem obrigatoriedade. O valor representa mais do dobro do valor dos contratos a 12 meses com fidelização - 170.
O JN refere ainda que, segundo dados da Anacom (Autoridade Nacional de Comunicações) de fevereiro de 2017, 71% dos clientes estão fidelizados e 20% já "ultrapassaram" mesmo esse período obrigatório.
PS quer simplificar. BE, Verdes e PAN querem reduzir fidelização
Este tema regressa amanhã ao Parlamento, com o PAN a acusar as empresas de terem "encarecido brutalmente as opções sem fidelização", fazendo com que estas ofertas não sejam uma verdadeira opção para os consumidores.
Bloco de Esquerda, Verdes e PAN querem também reduzir os períodos de fidelização. O BE quer que o máximo seja 12 meses - atualmente são 24 - e o Os Verdes e o PAN pretendem um máximo de seis meses de fidelização.
O PS quer ainda uma ficha "simplificada", diz o JN, que informe melhor os clientes do que estão a adquirir e das consequências caso queiram sair do contrato.