Cavaco quer que PRR seja mais do que atirar dinheiro "para cima dos problemas"

O ex-Presidente da República diz que é necessário "reforçar a autonomia estratégica, energética, científica e tecnológica, libertando o bloco europeu de qualquer dependência de países politicamente não confiáveis".
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O ex-Presidente da República Cavaco Silva exortou esta terça-feira o Governo a aproveitar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para assegurar o crescimento do país em vez de atirar dinheiro "para cima dos problemas, sem os resolver".

"Esperemos que os fundos europeus de dimensão nunca vista que estão a ser dirigidos para Portugal sejam utilizados para assegurar um crescimento da economia na ordem dos três a quatro por cento por ano e não seja apenas dinheiro atirado pelo Governo para cima dos problemas, sem os resolver", defendeu Aníbal Cavaco Silva, num artigo divulgado pela delegação do PSD no Parlamento Europeu, a propósito do Dia da Europa.

Esta posição foi a única referência a Portugal, no artigo.

O antigo Presidente advogou ainda que a liderança da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, "surpreende pela positiva", por colocar a União Europeia "na primeira linha do cumprimento dos acordos de Paris" por ter conseguido fazer com que os Estados-membros aceitassem uma "redução ambiciosa nas emissões de dióxido de carbono".

O ex-Presidente da República refere também que a União Europeia tem vindo a ganhar relevância perante os "novos desafios e incertezas geopolíticos e geoeconómicos".

"Urge reforçar a autonomia estratégica, energética, científica e tecnológica da Europa, libertando o bloco europeu de qualquer dependência de países politicamente não confiáveis. É de uma Europa unida e viva que todos precisamos", acrescenta Cavaco Silva.

Cavaco Silva elogiou a determinação da Comissão Europeia na resposta a dois embates inesperados: a pandemia de covid-19, "em que respondeu resolutamente quer no plano sanitário, com a aquisição das vacinas, quer no plano financeiro com vista à recuperação económica dos graves efeitos dos confinamentos", e a guerra na Ucrânia, em que "a UE esteve firme em torno dos ideias que a definem".

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