BPN e Banif custam mais do que alívio de IRS e subida extra de pensões
A despesa pública prevista na proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) para os veículos financeiros que guardam os ativos tóxicos e mais difíceis de comercializar dos antigos bancos privados BPN e Banif ascende a 295 milhões de euros. É mais do que a verba que o governo quer dar ao alívio previsto para alguns escalões de IRS e ao aumento extraordinário de 10 euros para as pensões dos mais pobres. Estas duas medidas valem 285 milhões de euros.
Segundo o Ministério das Finanças, o alívio do IRS deve custar 205 milhões de euros (só a parte que diz respeito a 2022) e o reforço das pensões mais baixas deve ascender a 76 a 80 milhões de euros, se for a partir de agosto. Portanto, estas duas medidas de maior generosidade orçamental valem no máximo 285 milhões de euros. No entanto, custam menos do que a referida despesa acautelada na proposta de OE2022 para os restos do BPN e do Banif.
Para o ministro das Finanças, valores desta dimensão na despesa são "pesados". Por exemplo, ontem (sexta-feira), em entrevista ao Eco, João Leão foi questionado sobre a possibilidade de expandir a atualização extraordinária das pensões já a partir de janeiro em vez de esperar até agosto para dar a benesse dos 10 euros aos pensionistas mais pobres.