Boicote? Críticas de Trump? Nike cresce 5 mil milhões de euros com Kaepernick
Queda do valor das ações na casa dos 3%, boicotes, vídeos nas redes sociais em que se queimavam artigos e produtos da marca, críticas de políticos, figuras públicas e comentários arrasadores do Presidente dos EUA, Donald Trump. No entanto, a Nike sai por cima, apesar de ter escolhido o controverso Colin Kaepernick para figura central da mais recente campanha publicitária. Mais de 5 mil milhões de euros por cima, para se ser exato, noticiou a CBS.
A campanha dos 30 anos do slogan da marca "Just do it" causou polémica por ter trazido de novo à ribalta Kaepernick: o jogador da NFL não mais arranjou equipa depois de se ajoelhar durante o hino dos EUA antes das partidas de futebol americano, como forma de protesto contra a discriminação racial e brutalidade policial.
Acontece que, apesar das já referidas reações negativas, acabou por ganhar a Nike, com as ações a crescerem 36% só este ano e a continuarem perto de um máximo de todos os tempos. O máximo foi conseguido logo a seguir ao lançamento da campanha e apesar de terem sido queimados ténis, meias e camisolas da marca, com várias ações deste género filmadas e partilhadas nas redes sociais.
A verdade, e tal como a Reuters noticiou na passada semana, os boicotes e os vídeos de produtos a arderem em nada prejudicaram a Nike, que vendeu 61% mais merchandising a partir da publicação do anúncio com Colin Kaepernick. À agência, um especialista, Camilo Lyon, destacou que a "medida premeditada foi outro sinal subtil mas significante da força da Nike e da confiança que a marca tem relativamente à sua posição no mercado".
A campanha lançada no dia 3 de setembro, Dia do Trabalhador nos EUA, fez com que a camisola de Colin Kaepernick se tornasse uma das 50 mais vendidas na NFL, mesmo que o jogador não jogue desde 2016.