BCP vai pagar 13,6 milhões aos acionistas e mais de 5 milhões aos trabalhadores

O banco liderado por Miguel Maya vai propor um dividendo de 0,09 cêntimos por ação aos acionistas. Os trabalhadores do BCP vão receber mais de 5 milhões de euros como compensação pelos cortes salariais.
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O BCP vai pagar 13,6 milhões de euros em dividendos aos seus acionistas relativos às contas de 2021, o equivalente a 0,09 cêntimos por ação. Os trabalhadores do banco vão receber mais 5,7 milhões de euros, como compensação pelos cortes salariais entre 2014 e 2017.

Na sequência de um lucro individual de cerca de 90 milhões de euros em 2021, o conselho de administração do BCP vai propor a "distribuição de 13.602.590,96 euros aos acionistas" na próxima assembleia-geral agendada para 4 de maio, segundo a informação divulgada esta terça-feira no relatório e contas de 2021 enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Trata-se do regresso à distribuição de dividendos, depois de nos últimos dois anos o banco ter optado por não renumerar os acionistas devido à crise pandémica.

Em Fevereiro passado, durante a apresentação de resultados, o "chairman" do banco, Nuno Amado, já tinha anunciado que a instituição iria pagar um dividendo "bastante moderado". O BCP obteve um lucro consolidado de 138,1 milhões de euros em 2021, refletindo uma queda de 24,6% face ao ano de 2020.

Agora, no relatório e contas, a instituição explica que "reiterando a sua intenção de respeitar a política de dividendos do banco, o Conselho de Administração não pode deixar de considerar os potenciais impactos e incertezas associadas à atual situação pandémica e crise geopolítica internacional e respetivos impactos na economia em geral, que aconselham extrema prudência na proposta de aplicação de resultados, prudência essa também recomendada pelas autoridades de supervisão".

O banco que tem a Fosun como principal acionista revela ainda que vai propor a distribuição de 5,7 milhões de euros aos trabalhadores, como compensação pelos cortes salariais que começaram a ser implementados em 2014 e prolongaram-se até 2017.

"A determinação concreta do montante concreto a atribuir a cada colaborador seja fixada pela Comissão Executiva, sendo liquidado juntamente com a renumeração correspondente a junho de 2022", lê-se no relatório.

*Jornalista do Dinheiro Vivo

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