Dinheiro
01 agosto 2021 às 05h00

Rede de lavandarias self-service quer abrir 20 lojas em Portugal

Bloomest Smart Laundry tem 600 franchisados em Itália e 90 em Espanha. Nos próximos dois anos vai apostar em Portugal.

Alexandra Costa

A Bloomest Smart Laundry, que funciona em regime de franchising, só tem duas lojas em Portugal (Pontinha e Odivelas), mas pretende aumentar a rede para 20 nos próximos dois anos. A ambição já vinha de trás, mas a pandemia fez atrasar a implementação do processo.

Os locais ideais são aqueles onde há mais densidade populacional e uma classe média, média-alta. "Não abrimos em todos os locais", afirma Gianluca Falchi, responsável de negócio da Bloomest na Península Ibérica. Por exemplo, mesmo que uma pessoa já seja proprietária do espaço e queira abrir uma lavandaria, mas a localização seja uma cidade com cinco mil habitantes, é provável que a resposta seja negativa. Isto porque a empresa não avança sem um estudo de viabilidade económica. Ou seja, se o estudo não demonstrar, de forma inequívoca, que a loja será rentável, a empresa não dará o aval e ajudará essa pessoa a encontrar outro local.

Normalmente, os franchisados não têm apenas uma única loja. Em Portugal, as duas lojas existentes pertencem a dois proprietários. A loja de Odivelas é de um casal, enquanto a da Pontinha pertence a uma investidora austríaca que vive no nosso país e que já tencionava ter mais lojas sob a sua alçada. A pandemia atrasou esses planos, mas serão retomados.

As lavandarias self-service tornaram-se espaços apetecíveis nos últimos anos. E, com a pandemia, uma fonte alternativa de rendimento. A Bloomest Smart Laundry distingue-se essencialmente pelo facto de o franchisado só ter uma despesa - a compra das máquinas. Não há pagamento de comissão ou de licenças. Há um investimento inicial - que pode, ou não, ser avultado, dependendo da dimensão do espaço e da quantidade de máquinas adquiridas -, e pronto.

O valor médio de uma loja rondará os 50 mil euros - para a aquisição das máquinas, a que acresce o valor para obras de adaptação necessárias para uma lavandaria self-service. Coisas como a rede de águas, quadro elétrico, etc., isso estará sempre a cargo do proprietário e custa, em média, segundo revela Gianluca Falchi, 20 mil euros.
"Os 50 mil euros são o nosso negócio", afirma o responsável. É a venda das máquinas. E apenas isso. O que também dá uma segurança ao franchisado, dado que sabe que não terá mais custos. E que, a partir do momento em que abre portas, começa a faturar e a amortizar o investimento feito. E se o retorno do investimento demora cerca de três anos a ser alcançado, já os lucros são muito mais rápidos: cerca de dois a três meses. Isto porque, depois do investimento inicial, os custos associados à gestão operacional do negócio são muito poucos. Os custos principais acabam por ser a amortização da aquisição das máquinas, a renda do espaço (caso este seja arrendado) e os custos variáveis (água, eletricidade, detergente).

Em troca, a empresa fornece as máquinas, trata da imagem da loja, distribui, aquando da inauguração, cerca de cinco mil folhetos personalizados e compromete-se a não autorizar a abertura de uma outra loja na mesma zona de atuação.

Mas o investimento associado à franquia não é a única diferença. Talvez a mais visível seja a componente tecnológica. O proprietário tem acesso a uma aplicação móvel que lhe dá total controlo sobre a loja. Desde a domótica (luzes, temperatura da água,etc.), à informação sobre o estado das máquinas, permitindo fazer uma gestão remota. Por exemplo, a partir de casa o gestor pode resolver algum incidente que ocorra com um cliente, num domingo, sem ter de se deslocar à loja. Através do recurso a esta ferramenta de análise de dados o gestor consegue elaborar campanhas personalizadas aos clientes.

Mas estes também têm uma aplicação que lhes diz qual a loja mais próxima e o número de máquinas ocupadas/disponíveis.

E agora, numa das cinco lojas existentes em Tenerife, a empresa está a experimentar um projeto-piloto: lockers tecnológicos que permitem que o cliente vá à loja e, através da aplicação, abra um cacifo e coloque a sua roupa. O proprietário recebe uma notificação a dizer que o cliente solicitou o serviço e trata de tudo.

Alexandra Costa é jornalista do Dinheiro Vivo

Tópicos: Empresas, dinheiro