Dinheiro
13 fevereiro 2023 às 10h57

Lucros do banco Montepio quintuplicam para 33,8 ME em 2022

Resultado representa um aumento de 27,2 milhões de euros face aos 6,6 milhões de euros registados em 2021". Banco fechou 89 balcões e reduziu 527 trabalhadores de outubro de 2020 a dezembro de 2022.

Lusa/DN

O banco Montepio registou, no ano passado, um resultado positivo consolidado de 33,8 milhões de euros, cinco vezes mais do que os 6,6 milhões de euros registados no final de 2021, adiantou a instituição, num comunicado ao mercado.

Na nota, divulgada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o Montepio disse que fechou o ano com "um resultado líquido consolidado positivo de 33,8 milhões de euros, o que representa um aumento de 27,2 milhões de euros face aos 6,6 milhões de euros registados em 2021".

"Esta evolução favorável foi determinada pelo aumento do produto bancário, com destaque para a margem financeira e para as comissões, pela redução dos custos operacionais e pelas menores dotações para imparidades e provisões, em particular as relacionadas com o risco de crédito", referiu o banco.

Assim, a variação dos resultados líquidos "evidencia o crescimento do negócio, a melhoria da eficiência e a redução do custo do risco, não obstante o peso significativo das contribuições regulatórias para o setor bancário, que ascenderam a 25,9 milhões de euros".

A instituição destacou ainda que estes resultados "refletem os progressos significativos do Banco Montepio na redução dos ativos não produtivos e dos ativos não estratégicos, com o objetivo de reduzir o risco de balanço e reforçar os rácios de capital para níveis confortavelmente acima dos requisitos regulamentares, refletindo também o aumento do negócio que permitiu uma melhoria expressiva dos níveis de produtividade".

Segundo o banco, o seu produto bancário 'core' atingiu os 372 milhões de euros, um aumento homólogo de 24,7 milhões de euros, tendo a margem financeira registado "um aumento de 8,1% ao evoluir de 232,6 milhões de euros em 2021 para 251,5 milhões de euros em 2022".

Já as comissões líquidas subiram 5,1% (+5,8 milhões de euros) em 2022, ascendendo a 120,5 milhões de euros, tendo beneficiado da implementação de um conjunto de iniciativas com vista a adequar a proposta de valor do Banco Montepio ao serviço prestado aos clientes".

Paralelamente o crédito a clientes líquido de imparidades aumentou para 11,7 mil milhões de euros, "0,7% acima do valor registado em dezembro de 2021", disse o Montepio.

Por sua vez, os depósitos "totalizaram 13,1 mil milhões de euros, consubstanciando uma variação positiva de 3,2% face ao final de 2021", indicou.

De acordo com a informação divulgada pelo banco, o custo do risco de crédito no ano passado foi de 0,1%, "que compara com os 0,4% registados em 2021, suportado no aumento da qualidade da carteira de crédito concedido".

Por outro lado, o Montepio destacou a "redução das exposições não produtivas (NPE) em 328 milhões de euros (-34%) face ao valor de 31 de dezembro de 2021, com o rácio NPE a fixar-se em 5,3%, e a comparar favoravelmente com os 8,0% apurados no final de 2021, materializando a maior descida anual no rácio (-2,7 p.p.) dos últimos 7 anos".

O banco registou ainda um "reforço dos níveis de cobertura dos NPE por imparidades para 56,5% (53,5% em 31 de dezembro de 2021) e para 103,9% (96,0% no final de 2021) se considerados os colaterais e as garantias financeiras associadas", bem como uma "forte redução da exposição ao risco imobiliário para os 398 milhões de euros (-30% em termos homólogos) no final de 2022, representando apenas 2,1% do total do ativo (2,9% no final de 2021)".

No final do ano passado, "os rácios de capital voltaram a evoluir favoravelmente face ao final de 2021, em consequência da continuada redução dos ativos ponderados pelo risco (RWA) e do contributo dos resultados do exercício de 2022", destacou o Montepio.

"No final de 2022 o rácio de Fundos Próprios Principais de nível 1 (CET1) apurado tendo por base as regras 'phasing-in', ascendeu aos 13,7%, registando uma variação positiva de 1,0 p.p. em relação ao final de 2021", sendo que "atentas as regras 'fully implemented', o CET1 fixou-se nos 13,2% (11,8% no final de 2021), revelando uma confortável posição acima do requisito mínimo regulamentar de 9,08%", referiu.

O Common Equity Tier 1 é uma medida de avaliação da solvabilidade de um banco.

O banco Montepio encerrou, entre outubro de 2020 e dezembro de 2022, 89 balcões, dos quais 15 no ano passado, reduzindo ainda, no mesmo período de cerca de dois anos, 527 trabalhadores, de acordo com um comunicado hoje divulgado.

Na nota, publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a dar conta dos resultados do banco de 2022, o Montepio fez um balanço do seu ajustamento operacional.

"No âmbito da implementação do processo de ajustamento da rede de retalho, e após adequadas análises relacionadas com a cobertura geográfica, rendibilidade e dimensão do mercado, o Banco Montepio encerrou 89 balcões (-27%) entre outubro de 2020 e dezembro de 2022, dos quais 15 (-6%) durante o ano de 2022", indicou.

Assim, no final do ano passado, o Montepio tinha 239 balcões em Portugal.

A instituição revelou ainda que o seu quadro de trabalhadores "totalizava, no final de 2022, 3.406 pessoas, tendo-se registado uma diminuição de 527 (-13%) face a outubro de 2020", sendo que "a implementação do Programa de Reformas Antecipadas e Rescisões por Mútuo Acordo iniciada no quarto trimestre de 2020 foi responsável por 87% da redução verificada".

Em 2022, a instituição reduziu o seu quadro de trabalhadores em 72 pessoas, informou.

De acordo com a informação hoje divulgada pelo banco, o Montepio registou uma redução dos custos operacionais de 254,4 milhões de euros em 2021 para 246,4 milhões de euros em 2022, "traduzindo uma diminuição de 8 milhões de euros consubstanciada nas descidas verificadas nos custos com pessoal em 6,5 milhões de euros (-4,1%), capturando as sinergias resultantes da implementação do plano de ajustamento do quadro de trabalhadores, nos gastos gerais administrativos em 1,6 milhões de euros (-2,5%) e nas depreciações e amortizações em 0,1 milhões de euros (-0,1%)".

Além disso, indicou o banco, "excluindo os custos extraordinários e não recorrentes relacionados com o programa de ajustamento do quadro de trabalhadores, os custos com pessoal em 2022 registaram uma diminuição de 2,2% (-3,2 milhões de euros) face ao valor de 2021".

O Montepio revelou também que "o total das responsabilidades com o Fundo de Pensões no final de 2022 ascendeu a 648,4 milhões de euros, evidenciando uma diminuição de 207,9 milhões de euros face ao valor contabilizado no final de 2021, suportada, essencialmente, no registo de desvios atuariais positivos resultantes da alteração dos pressupostos relacionados com a taxa de desconto, com a evolução dos salários e das pensões e com as tábuas de mortalidade".

Assim, o valor dos ativos do Fundo de Pensões "totalizou 787 milhões de euros em 31 de dezembro de 2022, registando uma diminuição de 79,2 milhões de euros face ao valor apurado no final de 2021".