Bosch põe à venda negócio que passa pela fábrica de Ovar. São 1200 empregos

Multinacional de origem germânica assume que decisão de "realinhar" divisão de Building Technologies vai afetar unidade portuguesa que emprega 1200 pessoas.
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O grupo Bosch anunciou esta quinta-feira à tarde que está à procura de um comprador para a maior parte do negócio de produtos da divisão Building Technologies, uma decisão que afetará a fábrica que a multinacional de origem alemã tem em Ovar, onde emprega 1200 trabalhadores.

"A Bosch está a realinhar a sua divisão Building Technologies: no futuro, irá focar-se no negócio integrador regional, com soluções e serviços para a segurança e automação de edifícios, e eficiência energética. A empresa planeia vender a maior parte do negócio de produtos da divisão Building Technologies, incluindo as unidades de negócios de Vídeo, Acesso e Intrusão e Comunicação. Esta decisão irá afetar cerca de 4300 colaboradores em mais de 90 localizações em todo o mundo, incluindo cerca de 1200 trabalhadores em Ovar", lê-se no comunicado enviado à redação.

Nesta reorganização, a empresa garante que o negócio de produtos com sistemas de alarme de incêndio não deverá ser vendido, uma vez que, "devido à relevância" para a àrea de integração de sistemas, essa parte do negócio de integradores "será fundido e continuado".

Citado no mesmo comunicado, Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal, assevera que decisão da casa-mãe "nada tem que ver com o desempenho do negócio ou dos trabalhadores, mas antes com a estratégia da empresa para o futuro".

Apesar da decisão, o gestor português garante que a Bosch "continuará a investir em Portugal e a trazer para o país desenvolvimento e produção de tecnologias-chave para a empresa".

O grupo Bosch fechou o ano fiscal de 2022 com receitas de dois mil milhões de euros em Portugal, mais 17% do que em 2021. O grupo emprega no país 6600 pessoas e já tinha prometido investir mais 200 milhões de euros no país nas áreas de investigação e desenvolvimento.

Quanto à venda de parte do negócio que passa por Ovar, no mesmo comunicado, Christian Fischer, vice-presidente do conselho de administração da Bosch e responsável dos negócios de Energy e Building Technologies e Cosumer Goods, acredita que a empresa vai "encontrar um comprador para todas as três unidades de negócios, o que fortalecerá ainda mais o negócio e garantir-lhe um futuro seguro".

"O negócio de produtos tem uma posição excelente para um futuro promissor nas mãos de um novo proprietário: produtos inovadores, colaboradores altamente qualificados e um ambiente de mercado com oportunidades atrativas de crescimento", acrescentou.

Segundo Fischer, a Bosch quer ser líder mundial em integração de sistemas na tecnologia de edifícios e aproveitar "oportunidades favoráveis de crescimento". "Para atingir este objetivo, é necessário consolidar. É por isso que, no futuro, iremos ter na integração de sistemas o nosso negócio principal", clarificou o gestor.

Após o realinhamento, a divisão Building Technologies empregará cerca de 7600 trabalhadores e operará em 40 localizações em oito países, segundo o comunicado.

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