Fernando de Almeida Santos, bastonário dos Engenheiros, saúda um passo decisivo no sentido de resolver um problema "com décadas de atraso" e que tem e terá consequências negativas para a economia portuguesa, pelo impacto que a falta de um aeroporto em condições tem no turismo.."A CTI está de parabéns, porque cumpriu a sua primeira obrigação em tempo útil e dentro dos prazos, mas há que dizer que essa era a fase mais fácil. Agora começam os estudos técnicos e o processo torna-se mais complexo e é importante que não se abrande o ritmo de forma que a solução final possa ser apresentada até outubro, escutando os especialistas e cumprindo os parâmetros exigidos, e que o governo tome a decisão política, no máximo, até ao fim do ano.".Quanto ao acrescento de mais quatro soluções às cinco que já seriam analisadas, conforme indicado em Conselho de Ministros, Fernando de Almeida Santos só tem uma palavra: "Surpreendente." Mas não avança razões possíveis para juntar as opções Portela+ Alcochete, Pegões, Portela+Pegões e Rio Frio+Poceirão ao ramalhete que segue para a segunda fase de estudos. "Importante é que se avance desta vez, porque levamos muitos anos de atraso, com a agravante de o operador privado atual do aeroporto empurrar com a barriga aquilo que são absolutas necessidades de obras na Portela.".Sobre a necessidade de um projeto a vários ritmos - curto prazo, transitório e longo prazo -, o bastonário Fernando de Almeida Santos admite que possa ser um plano para responder à urgência da situação. "Mas se isso acontecer, vai ser "engraçado" ver que o tal despacho de Pedro Nuno Santos não era uma coisa sem sentido... E se assim for, será inevitável constatar que se perdeu mais 18 meses e 3 milhões de euros em estudos - e ressuscita-se um político.".Seja qual for o modelo, a Ordem dos Engenheiros defende que se avance para uma "solução que seja estrutural, faseada ou não. "Se é melhor começar com a Portela e a primeira fase de Alcochete ou usar o Montijo e a Portela uns anos enquanto se faz Alcochete, é indiferente. Mas andamos há demasiado tempo a baralhar e partir as cartas para chegar ao mesmo naipe. O que é relevante é resolver o assunto. E no momento em que se decidir, qualquer que seja a solução, a engenharia portuguesa terá capacidade para dar resposta", vinca, defendendo que só uma solução desenhada dentro de casa pode salvaguardar a economia, o valor e a competitividade do país.."O que se tem feito em Portugal - e que não acontece em países como Espanha, França ou Itália - é escancarar portas a empresas estrangeiras, que não pagam impostos cá, não deixam mais-valia nem coisa nenhuma e não contribuem para desenvolver e trazer riqueza ao país. Nós não temos de ser empregados dos outros, temos capacidade de liderança - e se faltar mão-de-obra, que se importe esses recursos mas mantendo o projeto e a obra de engenharia com assinatura portuguesa", defende o bastonário.