"Estou entusiasmado". José Mourinho sucede a Mauricio Pochettino no Tottenham
O treinador português José Mourinho, que estava no desemprego há quase um ano, é o sucessor do argentino Maurício Pochettino no comando do Tottenham, anunciou esta quarta-feira o 14.º classificado da Liga inglesa de futebol. O técnico assinou contrato com os "spurs" até 30 de junho de 2023 e volta à Premier League, depois de duas passagens pelo Chelsea e uma pelo Manchester United, que o despediu em dezembro do ano passado.
"Estou entusiasmado por me juntar a um clube com tão grande legado e com adeptos tão apaixonados. A qualidade da equipa e da academia entusiasmou-me e fiquei atraído por poder trabalhar com estes jogadores", afirmou Mourinho, citado pelo clube londrino, que detém dois títulos de campeão inglês, conquistados em 1950/51 e 1960/61.
Também em declarações ao sítio do Tottenham, o presidente do clube, Daniel Levy, elogiou o treinador português, considerando-o "um dos mais bem-sucedidos treinadores do futebol".
"Ele tem uma vasta experiência, pode inspirar equipas e é um grande estratega. Ele ganhou títulos em todos os clubes que treinou. Acreditamos que ele vai trazer energia e crença para o balneário", frisou Levy.
Mourinho, de 56 anos, volta à Premier League, depois de duas passagens pelo Chelsea (2004/05 a 2007/08 e 2013/14 a 2015/16) e uma pelo Manchester United (2016/17 a 2018/19), que o despediu em 17 de dezembro de 2018.
Na sua carreira, o treinador luso, que já venceu duas edições da Liga dos Campeões, uma Liga Europa e uma Taça UEFA, além de oito campeonatos nacionais, também orientou Benfica, União de Leiria, FC Porto, Inter Milão e Real Madrid.
O Tottenham, finalista vencido da última edição da Liga dos Campeões, ocupa, após 12 jornadas, o 14.º lugar da Premier League, com 14 pontos, menos 20 do que o líder Liverpool, campeão europeu.
Mauricio Pochettino, 47 anos, deixou de treinar o Tottenham, esta terça-feira. "Foi uma decisão extremamente difícil de tomar. Não partimos para esta solução de ânimo leve. Mas infelizmente o resultados a nível interno no final da época passada e no início desta temporada foram extremamente desanimadores", explicou Daniel Levy, presidente do clube, no site do mesmo. Mourinho deve ser o senhor que se segue.
Depois de vários anos como adjunto, no Estrela da Amadora, Sporting, FC Porto e FC Barcelona, Mourinho estreou-se como treinador principal no Benfica, em 2000/01, numa curta experiência que durou 11 jogos e pouco mais de dois meses e meio.
Mourinho, que fechou com um 3-0 caseiro ao Sporting, em 3 de dezembro de 2000, depois de arrancar com um desaire por 1-0 com o Boavista, no Bessa, em 23 de setembro, acabou por sair devido à mudança na presidência do clube.
Na época seguinte, rumou à União de Leiria, onde só durou 19 jornadas, uma vez que o FC Porto foi buscá-lo a meio da época, para suceder a Octávio Machado.
Ao serviço dos dragões, Mourinho só precisou de duas épocas e meia para fazer história, nomeadamente com a conquista da Liga dos Campeões e da Taça UEFA, mais dois campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça.
Depois de vencer a Champions, não resistiu ao convite do russo Roman Abramovich e rumou ao Chelsea, onde, com muitos milhões, construiu uma equipa que venceu a Premier League logo na primeira época (2004/05).
Mourinho conquistou dois troféus em cada uma das três épocas que passou em Stamford Bridge, incluindo dois campeonatos, mas acabou despedido no início da quarta.
Depois de quase um ano de 'fora', ingresso em 2008/09 no Inter Milão, clube que, em dois anos, conduziu a cinco títulos, entre os quais a sua segunda Champions, em 2009/10, em pleno Bernabéu, onde se instalou nas três épocas seguintes.
Pelo Real Madrid, num conjunto em que pontificava o seu compatriota Cristiano Ronaldo, Mourinho esteve três épocas e conquistou outros tantos títulos, a Taça do Rei na primeira, a Liga espanhola na segunda e a Supertaça na terceira.
Saiu sem conseguir dar aos 'merengues' a tão desejada 10.ª, voltando ao Chelsea, pelo qual nada ganhou em 2013/14, para, em 2014/15, voltar a ganhar o campeonato, o que não impediu novo despedimento, em dezembro de 2015.
Na época seguinte (2016/17), aceitou o repto de endireitar o Manchester United, órfão desde a saída de Alex Ferguson, mas, após uma primeira época "agradável", com três títulos, incluindo a Liga Europa, ficou em branco na segunda e não resistiu à terceira, somando novo despedimento em dezembro.
Agora, quase um ano depois, chega ao seu oitavo clube, o terceiro na Premier Legue, sendo que, quase 18 anos depois, volta a ingressar num clube a meio da época, o que tinha acontecido pela única vez na troca da União de Leiria pelo FC Porto (2001/02).