Desportos
16 novembro 2019 às 20h35

Sporting bicampeão europeu de judo

O Sporting revalidou este sábado o título europeu de clubes de judo, ao voltar a derrotar os russos do Yawara Neva, por 3-2, na final da Liga dos Campeões de 2019, que se disputou em Odivelas.

DN/Lusa

O Sporting sagrou-se este domingo bicampeão europeu de judo, batendo os russos do Yawara Neva por 3-2 na final da Liga dos Campeões, em Odiveilas.

Na reedição da final do ano passado, em Bucareste, na qual o Sporting se sagrou pela primeira vez campeão europeu, os triunfos dos judocas Kherlen Ganbold, João Martinho e Nikoloz Sherazadishvili valeram a revalidação do título, apesar das derrotas de João Fernando e do campeão mundial Jorge Fonseca.

A equipa georgiana do Golden Gori, eliminada nos quartos de final pelo Sporting, e o Estrela Vermelha, da Sérvia, garantiram as medalhas de bronze na competição masculina, que se disputou no pavilhão Multiusos de Odivelas.

O Sporting tinha chegado à final depois de vitórias sobre os georgianos do Golden Gori, por 3-2, nos quartos de final, e os russos do Ratiborets Ekaterinburg, por 4-1, nas meias.

Ganbold, sétimo classificado no ranking mundial em -66 kg, abriu a final com uma vitória importante para os leões, levando a melhor perante Zelimkhan Ozdoev (420.º), com um ippon obtido após um minuto de ponto de ouro.

O jovem judoca português João Fernando, 236º do mundo, não conseguiu evitar o desaire diante do experiente Denis Iartcev, 13.º da hierarquia, sofrendo um ippon quando faltava um minuto e 34 segundos para o fim do combate.

João Martinho (148.º), com ligaduras na cabeça devido a uma ferida no sobrolho direito, sofrida no primeiro aquecimento do dia, recolocou o Sporting em vantagem, com um waza-ari a Denis Kalinin (150.º), já no ponto de ouro.

Sherazadishvili, líder do ranking mundial em -90 kg, confirmou a vitória sportinguista na final frente a Khusen Khalmurzaev, 21.º da hierarquia, num duelo emocionante.

Depois de sofrer um primeiro waza-ari, o judoca espanhol, natural da Geórgia, empatou a pouco mais de 40 segundos para o fim e, a 21 segundos, voltou a responder com um ippon, que garantiu a revalidação do título.

O campeão mundial em -100 kg, Jorge Fonseca, voltou a combater quando a vitória já estava garantida, acabando mesmo por perder o duelo com Anton Krivobokov, por ippon, o que não alterou o desfecho triunfal para a equipa portuguesa, para enorme alegria das mais de mil pessoas que assistiram ao vivo à final.

Na vertente feminina, o Benfica falhou as medalhas, após uma vitória inaugural (5-0) sobre o Galatasaray, da Turquia, nos quartos, seguido de derrotas com Valência, de Espanha, nas meias-finais, por 3-2, e na disputa pelo bronze, com as romenas do Cluj-Napoca, pelo mesmo resultado.

"Sporting é o melhor clube europeu de judo"

O treinador Pedro Soares defendeu que o Sporting "é o melhor clube europeu de judo", provando-o com a revalidação do título na Liga dos Campeões. "o ano passado, as pessoas não esperavam que vencêssemos. Este ano, mostrámos que viemos para ficar. O Sporting é, neste momento, o melhor clube de judo da Europa", expressou, após a vitória na final.

Pedro Soares, que garantiu estar a viver "um dos momentos mais felizes" da carreira, sobretudo por ter sido registado em Portugal, considerou o judoca João Martinho como o atleta "que fez a diferença" na vitória sportinguista. "O João [Martinho] esteve muito tempo lesionado, abraçou o projeto do Sporting e foi o nosso trunfo. Foi também o relançamento dele, fez uma prova muito especial", realçou.

O judoca português, que combateu com ligaduras na cabeça, após se ter lesionado no primeiro aquecimento do dia, disse que as vitórias vieram "de dentro" e partilhou da opinião do treinador, ao dizer que o Sporting tem "o melhor projeto da Europa". "Foram combates com atletas de nível muito elevado. Tinha de vir cá de dentro. Estava cansado nos dois combates, mas foi pela equipa. As dores ficam em segundo plano", disse, acrescentando que esta vitória "mostra o nível do grupo, do projeto e do trabalho que tem sido feito".

O campeão mundial em -100 kg, Jorge Fonseca, colocou esta vitória como "um momento histórico para o judo nacional e para o Sporting" e considerou os seus combates "bons", apesar de revelar não estar ainda "num pico de forma". "Trabalhámos bastante para realizar estes objetivos e sabíamos que tínhamos de ter fé para poder vencer este troféu. Vim de umas certas lesões. Estou a preparar-me para os Jogos Olímpicos e espero fazer um grande resultado. Não vou estar a dizer que vou ganhar o ouro, mas vou passar por cima deles todos", assegurou.

O judoca espanhol Nikoloz Sherazadishvili, nascido na Geórgia, revelou a necessidade de mudar a tática no combate decisivo, que deu a vitória aos leões, e apontou o trabalho feito pelo técnico Pedro Soares como a razão da revalidação do título europeu. "Estou muito contente por termos conseguido outra vez este título. Estou muito orgulhoso de cada um de nós. Não foi um título meu, mas sim de toda a equipa e de todo o trabalho feito pelo Pedro [Soares]. Estamos a melhorar de ano para ano", sublinhou.

Benfica falha bronze

A equipa feminina do Benfica falhou este sábado a conquista do bronze na Liga dos Campeões de judo, ao perder com as romenas do Cluj-Napoca por 3-2 na prova realizada em Odivelas, que consagrou as francesas do RSC Champigny.

As judocas encarnadas, que perderam nas meias-finais com o Valência, de Espanha, começaram mal a eliminatória com o clube romeno, que tinha perdido nos quartos com o RSC Champigny, de França, mas eliminou as russas do Yawara Neva na primeira repescagem, e nem uma recuperação que levou à decisão no último combate permitiu chegar ao pódio.

A vice-campeã olímpica italiana e oitava do ranking mundial, Odette Giuffrida (-52 kg), perdeu por ippon com Andreea Chitu, 21.ª da hierarquia, após ter conquistado um primeiro waza-ari.

A eliminatória viria a complicar-se ainda mais com a derrota de Telma Monteiro, medalha de bronze no Rio2016, em -57 kg, frente a Loredana Ohai, igualmente por ippon, quando faltava um minuto e 31 segundos para o fim do combate.

Ao terceiro duelo da eliminatória, a judoca holandesa Juul Franssen, quarta melhor do mundo em -63 kg, reduziu a desvantagem diante de Stefania Dobre (56.ª), com um waza-ari, seguido de ippon.

No combate mais longo de todo o dia, com mais de nove minutos de duração, Bárbara Timo empatou a eliminatória e colocou o pavilhão Multiusos de Odivelas ao rubro, com um fantástico ippon que desatou o confronto com Kaho Yonezawa.

Rochele Nunes (+78 kg) foi a última esperança encarnada a entrar em ação, diante da japonesa Iori Suzuki, mas um waza-ari sofrido a apenas nove segundos do fim do tempo regulamentar impediu o Benfica de se estrear na Liga dos Campeões com uma medalha de bronze.

O Cluj-Napoca subiu ao pódio, tal como a formação turca do Galatasaray (que tinha sido eliminada pelo Benfica nos quartos), na sequência do triunfo sobre o Flam 91, de França, na outra eliminatória de acesso ao terceiro lugar.