Sousa Cintra: "Bruno Fernandes não quis que o ordenado fosse aumentado"

Médio confirmado e (re)apresentado esta terça-feira como reforço do Sporting, tal como o <a href="https://www.dn.pt/desportos/interior/sporting-apresenta-amanha-bruno-fernandes--9570673.html" target="_blank">DN adiantou em primeira mão</a>. Cerimónia era para ter sido no relvado mas foi movida para o interior do estádio por razões de segurança
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"É uma grande satisfação e orgulho de ter estado aqui na companhia do melhor jogador em Portugal. O Bruno Fernandes é um caso aparte. É o jogador que o Sporting queria, de todos os que saíram. Era indispensável. Teve um comportamento exemplar e é uma pessoa fora de série. Quis regressar ao Sporting. É um sonho nosso, dele, do treinador e acho que também dos sportinguistas. Demorou mais tempo do que o que esperava, mas não é culpa do jogador, os empresários é que complicam isto. O Bruno Fernandes não quis que o ordenado dele fosse aumentado. Já lhe disse que tem aqui um amigo para a vida", revelou esta terça-feira o líder da SAD leonina, José Sousa Cintra, durante a apresentação de Bruno Fernandes como jogador do Sporting, que decorreu por razões de segurança no Auditório Artur Agostinho, no interior do Estádio José Alvalade, depois de ter sido anunciada para o relvado.

"O Bruno Fernandes não quis o aumento de ordenado. Fizemos um novo contrato, mas as condições são iguais", voltou a frisar.

Quando questionado sobre se sofreu um aumento salarial para voltar ao Sporting, Bruno Fernandes garantiu que não fez qualquer tipo de chantagem. "O presidente [Sousa Cintra] já referiu isso. Os empresários muitas vezes são difíceis, mas defendem os interesses dos jogadores. O que eu disse foi que não queria melhorar o contrato. Se o Sporting quisesse melhorar o contrato devido ao meu desempenho, tudo bem. Mas não fiz qualquer tipo de chantagem. Se fosse pelo lado financeiro, não estava aqui. O Sporting deu-me a possibilidade de vir para cá e pagou por mim. É um clube que deu-me muito e quero compensar o Sporting. Não quero ser vendido ao desbarato. Não foi por falta de clubes interessados que voltei ao Sporting, que isso fique bem ciente. Havia clubes que pagavam a cláusula de 100 milhões de euros. Foi-me garantida a segurança dos jogadores, e espero que o novo presidente continue a melhorar essa questão. Em relação ao Benfica, não sei se houve interesse. Não vou referir os nomes dos clubes que se mostraram interessados em mim, por respeito a esses clubes", atirou. "O contrato foi melhorado pelo meu empresário, mas rejeitado por mim. Disse-lhe que só voltaria ao Sporting pelas mesmas condições", salientou.

"Fico triste por me terem chamado mercenário, ou de ouvir dizer que queria dinheiro, ou que nenhum clube me queria ou que não fiz um bom Mundial, mas respeito", atirou, piscando o olho do regresso de Nani ao emblema leonino: "Qualquer jogador é bem-vindo, desde que seja para defender as cores do Sporting da melhor forma. Não sei se vem, mas seria uma mais-valia e poderia ajudar o Sporting."

"Prometo muita garra e muita luta"

"Estou muito honrado em continuar com a camisola do Sporting. É um sonho estar aqui. Vim para o Sporting para conquistar títulos e poder melhorar. No ano passado acho que consegui ter uma boa prestação, e aquilo que eu prometo aos sportinguistas é mais do mesmo: muita garra e muita luta, independentemente se vou fazer mais ou menos golos e assistências", confessou o médio, que assinou até 2023 e manteve a cláusula de rescisão de 100 milhões de euros.

"Espero que este ano seja melhor a nível coletivo. Estivemos em todas as frentes e lutámos por tudo até ao fim, mas infelizmente ganhámos apenas a Taça da Liga. Já tive a oportunidade de falar com o mister [José Peseiro] e acredito que pode ajudar. Alguns dos emprestados voltaram e têm muita qualidade", acrescentou.

"Não recebi qualquer tipo de garantia e não estou preocupado com isso. Estou focado nos objetivos do Sporting e na minha pré-época e disponível para jogar pelo Sporting, independentemente de quem será o presidente do Sporting. A questão da segurança foi garantida por Sousa Cintra. Os acontecimentos foram graves, passaram e o Sporting está numa nova fase. Muitas coisas mudaram. Espero que quem venha seja simplesmente pelos interesses do Sporting e que ajude o Sporting a crescer cada vez mais", respondeu, quando questionado sobre se lhe foi dada a garantia de que Bruno de Carvalho não se pudesse candidatar às eleições de 8 de setembro.

Também sobre o antigo presidente, não lhe quis atribuir ou deixar de atribuir as culpas dos incidentes de Alcochete. "Quero focar-me no Sporting e não no que foi o passado. O Sporting está a abrir uma nova página, que pode vir a ser muito boa para o clube", vincou.

"Não vivo de prémios individuais ou de dinheiro. Ainda sou muito jovem, ainda penso muito em jogar à bola e sou feliz dentro de campo. No Sporting senti-me em casa como em nenhum clube em que tinha jogado, à exceção do Boavista na minha formação. No ano passado tentei dar o melhor de mim, independentemente de uns ou outros não o terem achado. Em relação à minha integração da pré-época, ainda tenho de falar com o mister. Há quatro anos que não tenho férias, devido às minhas presenças nas seleções", revelou.

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