Noite de sofrimento dos dragões para chegar ao Jamor

O Sp. Braga chegou a assustar um FC Porto muito cinzento. O golo de Paulinho alimentou a esperança minhota, mas Danilo carimbou a presença dos portistas na sua 30.ª final da Taça de Portugal, troféu que não vencem desde 2011
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O FC Porto garantiu esta terça-feira a sua 30.ª presença na final da Taça de Portugal ao arrancar um empate 1-1 em Braga, valendo por isso a vantagem de 3-0 adquirida no jogo da primeira mão no Estádio do Dragão.

Mas não se pense que a noite foi tranquila para a equipa de Sérgio Conceição, muito longe disso. Sérgio Conceição optou por mudar mais de meia equipa em relação à partida de sábado, em que os portistas tinham derrotado (3-2) o Sp. Braga naquele mesmo estádio, foram sete as alterações, ao contrário de Abel Ferreira que mudou apenas três "pedras".

Isso notou-se em campo. Os bracarenses foram à procura de um milagre e começaram desde o primeiro minuto a carregar sobre os portistas, que se desorganizavam com muita facilidade perante a velocidade do adversário que tinha na frente três setas apontadas à baliza de Fabiano: Paulinho, Murilo e Wilson Eduardo.

A estratégia era clara: fazer passes em profundidade para as costas da defesa do FC Porto para que essas três autênticas "gazelas" pudessem fazer a diferença. Os dragões nunca se entenderam com a enorme pressão dos bracarenses, que ganhavam quase sempre as bolas divididas.

Golo anulado não esmorece minhotos

Logo aos três minutos, Wilson Eduardo rematou à barra. Era o primeiro sinal para uma primeira parte de altíssima rotação dos minhotos, perante a grande inquietação de Sérgio Conceição no banco de suplentes. Em cima do primeiro quarto de hora eis que surge o golo do Sp. Braga - um autogolo de Felipe - mas os festejos rapidamente deram lugar à desilusão, pois o VAR anulava o lance por fora de jogo de Ricardo Hora, que se lançara numa correria louca pela direita.

Este revés não fez esmorecer os bracarenses, antes pelo contrário. Os minutos passavam e os portistas estavam cada vez mais longe da baliza de Marafona, enquanto do outro lado Fabiano não escondia a intranquilidade. Claudemir esteve muito perto de se redimir dos dois penáltis que cometeu no jogo do campeonato, mas não aproveitou o falhanço do guarda-redes portista e cabeceou à malha lateral.

Até que, aos 41 minutos, Paulinho fugiu a Felipe na esquerda, isolou-se, e à saída de Fabiano picou a bola para a baliza, fazendo um golo de classe. Estava aberto o marcador e, tendo em conta como estava o jogo, havia razões para os minhotos acreditarem. A dúvida que se colocava era se conseguiriam manter aquele ritmo frenético no segundo tempo.

Danilo acaba com a eliminatória

Os primeiros sinais foram positivos. Murilo por duas vezes esteve à beira de fazer o 2-0, mas após os primeiros dez minutos do segundo tempo, o Sp. Braga começou a perder fulgor e o FC Porto começou finalmente a conseguir melhorar o posicionamento a meio-campo e a sua organização defensiva. As jogadas de perigo junto à baliza portista já não eram tão abundantes e Sérgio Conceição lançou então Otávio, primeiro, e Marega, depois.

Já estava à final do Jamor à vista dos portistas, quando Danilo Pereira deu a machadada final na eliminatória, cabeceando ao primeiro poste um canto cobrado por Jesús Corona. A defesa do Sp. Braga cometia uma defesa de marcação imperdoável, reflexo provavelmente da falta de descernimento que os jogadores já denotavam.

O assunto estava arrumado e o treinador do FC Porto aproveitou até para estrear o senegalês Loum, médio que esteve meia época no Moreirense e que foi contratado em janeiro ao... Sp. Braga. O canto do cisne dos minhotos acbonteceu já em cima dos 90 minutos, pouco depois de Felipe ter sido expulso por acumulação de amarelos. João Palhinha apareceu a rematar mas Danilo Pereira cortou em cima da linha de golo. A equipa de Abel Ferreira estava eliminada, mas nem conseguiu a consolação de se despedir da Taça com uma vitória que, é bom frisar, bem merecia.

O FC Porto regressa assim à final da Taça de Portugal três anos depois de ter sido derrotado pelo Sp. Braga. Os dragões mantêm de pé o objetivo de voltar a levantar este troféu, que lhes escapa desde 2011. Sérgio Conceição também procura fazer a festa no Jamor pela primeira vez, pois na única vez que lá esteve como treinador (pelos bracarenses) foi derrotado pelo Sporting.

A Figura - Paulinho

Uma primeira parte de grande nível do avançado português, que foi um autêntico quebra-cabeças para a defesa contrária devido à forma como sempre atacou as costas da última linha defensiva dos dragões, mas também pela qualidade técnica que está bem expressa no bonito golo que marcou, que na altura alimentava a esperança dos minhotos.

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FICHA DO JOGO

Estádio Municipal de Braga
Árbitro: Manuel Mota (Braga)

Sp. Braga - MaraOs bracarenses fizeram uma excelente primeira parte, estiveram a vencer e chegaram a sonhar com a reviravolta na eliminatória (0-3) mas acabaram por ver confirmada a eliminação quando Danilo Pereira fez o empatefona; Marcelo Goiano (Trincão, 83'), Pablo Santos, Bruno Viana, Sequeira; Murilo, Claudemir (João Novais, 83'), Palhinha, Ricardo Horta; Wilson Eduardo (Bruno Xadas, 71'), Paulinho
Treinador: Abel Ferreira

FC Porto - Fabiano Freitas; Maxi Pereira, Felipe, Éder Militão, Wilson Manafá; Jesús Corona, Danilo Pereira, Óliver Torres (Loum, 77'); Adrián López (Otávio, 55'), Fernando Andrade, André Pereira (Marega, 65')
Treinador: Sérgio Conceição

Cartão amarelo a Wilson Eduardo (19'), André Pereira (20'), Felipe (53' e 88'), Bruno Xadas (73'). Cartão vermelho a Felipe (88')

Golos: 1-0, Paulinho (41'); 1-1, Danilo Pereira (73')

FILME DA PARTIDA

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