Saltador paralímpico com marca que lhe teria dado ouro no Rio 2016
Markus Rehm perdeu a perna direita aos 14 anos num acidente de esqui aquático. Mas nunca a determinação. Numa luta acesa com a IAFF (Federação Internacional de Atletismo), o "blade jumper" (utiliza uma lâmina como prótese), tentou aceder aos Jogos Olímpicos 2016. Mas foi-lhe negado o acesso.
Rehm tem por lema "define o teu limite" e o dele próprio parece ser preciosamente maleável. Nos Europeus paralímpicos, o saltador alemão de 30 anos conseguiu 8,48 metros no comprimento. A terceira melhor marca absoluta do ano, apenas ultrapassada por Juan Miguel Echevarria (8,68) e Luvo Manyonga (8,58), ambos bípedes.
Mas a ironia, bastante amarga para a luta de Rehm, é que salto que conseguiu este domingo em Berlim teria-lhe valido o ouro olímpico no Rio 2016. O vencedor do salto em comprimento, Jeff Henderson, conseguiu-o com 8,38. Menos dez centímetros do que a marca registada agora por Rehm.
O alemão domina de forma absoluta o salto em comprimento paralímpico, detendo com esta marca o recorde mundial na categoria T64 (atletas com prótese numa perna) e desde 2011 que ninguém o bate. É tricampeão mundial (Lyon 2013, Doha 2015 e Londres 2017), bicampeão Paralímpico (Londres 2012 e Río 2016) e bicampeão da Europa (Grosseto 2016 e Berlim 2018).