A um golo dos 100, a um ponto do 37

Golo de Rafa logo aos três minutos embalou águias para a vitória (3-2), numa partida em que os vilacondenses deram muita luta e ameaçaram com o empate. Empate com o Santa Clara garante título
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O Benfica ficou a um ponto do 37.º título de campeão ao vencer o Rio Ave em Vila do Conde por 3-2, somando 99 golos na I Liga, que continua a liderar com dois pontos de avanço sobre o FC Porto a uma jornada do fim. Frente ao Santa Clara, só um resultado não interessa: a derrota, algo que nunca aconteceu nos 18 jogos da era Bruno Lage (17 vitórias, um empate).

No Estádio dos Arcos, o líder sofreu, mas foi a forma como reagiu ao sofrimento que se revelou determinante. Isso e a confiança e eficácia de Vlachodimos. A vencer por 2-0 ao intervalo (golos de Rafa, 3': e João Félix, 45'+2'), Tarantini agitou as águias logo aos 50'. Mas este Benfica tem a capacidade de sair da aflição com golos. Pizzi fez o 3-1 aos 56'. E tudo parecia controlado.

Até que Ronan fez o 2-3 aos 86' e pairou o fantasma dos Arcos - há um par de semanas, a perder por 0-2, empatou nos últimos cinco minutos frente ao FC Porto (2-2). Mas com maior ou menor dificuldade, a equipa de Bruno Lage segurou a vitória. A 17.ª em 18 jogos sob orientação do treinador que celebra 43 anos este domingo.

O jogo foi muito de esticões, mas ficou logo condicionado pelo golo de Rafa aos 3'. Centro de André Almeida, Junio cortou a linha para Seferovic, mas colocou a bola nos pés do avançado, que se limitou a tocar para as redes junto à baliza.

A primeira parte teve algumas oportunidades, mas não muitas. Vlachodimos mostrou a Nuno Santos, num livre muito bem marcado, ao que vinha. Fez uma grande defesa e evitou o empate. Pizzi tentou o segundo, e não andou longe. Mas foi no tempo de compensação que o 0-2 chegou: polémica entrada de Florentino sobre Gabrielzinho na área do Benfica, árbitro mandou seguir, contra-ataque da equipa de Lage, passe de Samaris, Leo Jardim sai aos pés de Pizzi e larga a bola para João Félix encostar para a baliza (VAR não alterou a decisão de Hugo Miguel, que motivou um tumulto rioavista, com Tarantini e Coentrão a serem 'amarelados').

A ganhar por dois ao intervalo, podia pensar-se que o Benfica tinha a missão simplificada, mas o Rio Ave não desiste e é um ícone de resistência criado por Daniel Ramos, que curiosamente, tal como Bruno Lage, se estreou no Benfica 4-2 Rio Ave, da 16.ª jornada.

Tarantini reduziu cedo (50') e esse fantasma poderia ganhar forma, não fosse uma bela jogada de ataque do Benfica. E uma ponta de sorte. Ferro rasgou a defesa adversária com um passe longo para Grimaldo, o lateral foi afortunado ao receber de volta o primeiro cruzamento, centrou atrasado para Pizzi e golo. O médio, com uma calma olímpica, olhou para a baliza e colocou tanto a bola que esta ainda tocou no poste antes de entrar.

Com Bruno Lage, o Benfica chegava aos 68 golos em 18 jogos. E aos 99 na I Liga. Parecia um choque demasiado duro de gerir, mas a resistência vilacondense é à prova de lógicas. Apesar de não conseguir furar a defesa contrária frequentemente, acabou por chegar ao 2-3, num bom movimento de Galeno, que colocou no raio de ação de Ronan, para este cabecear vitoriosamente. Vlachodimos já tinha feito uma mão cheia de grandes defesas, mas neste lance só pôde ficar a olhar para a bola a entrar.

O Rio Ave acreditou, o Benfica estava desgastado e ainda assim criava perigo nos contra-ataques, o tempo esgotou-se e a equipa de Bruno Lage chegou aos três pontos, mantendo tudo como nas últimas semanas: dois pontos de vantagem sobre o FC Porto (que goleara pouco antes o Nacional por 4-0, na Madeira).

Só que há uma grande diferença é que só há mais um jogo. O Benfica recebe o Santa Clara e só um resultado pode desviá-lo do 37.º título, que é a derrota aliada a uma vitória do FC Porto sobre o Sporting no Dragão.

A via para o título está escancarada, mas falta confirmá-la dentro de uma semana. E uma equipa que partiu para a 16.ª jornada a sete pontos do adversário direto e chega à 33.ª com dois de avanço com apenas um jogo pela frente, só não é campeão se se sabotar a si próprio.

Figura

A ação de Vlachodimos acaba por se sobrepor à dos colegas porque, apesar de ter sofrido dois golos, evitou uma e outra vez aquele que poderia ter evitado a vitória do Benfica. A equipa pareceu com dificuldade em dominar a ansiedade, algo que o guarda-redes fez com distinção.

Ficha do jogo

Jogo no Estádio do Rio Ave FC, em Vila do Conde.
Rio Ave - Benfica, 2-3.
Ao intervalo: 0-2.

Marcadores:
0-1, Rafa, 03 minutos.
0-2, João Félix, 45+2.
1-2, Tarantini, 50.
1-3, Pizzi, 56.
2-3, Ronan, 84.

Rio Ave: Leo Jardim, Júnio Rocha, Borevkovic, Rúben Semedo, Fábio Coentrão, Tarantini (Jambor, 60), Filipe Augusto, Nuno Santos, Gelson Dala, Gabrielzinho (Galeno, 60) e Bruno Moreira (Ronan, 79).
(Suplentes: Paulo Vítor, Messias, Afonso Figueiredo, Jambor, Joca, Galeno e Ronan).
Treinador: Daniel Ramos.

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Samaris, Florentino, Pizzi (Gedson, 81), Rafa (Cervi, 90), João Félix e Seferovic (Jonas, 90+2).
(Suplentes: Svilar (GR), Jardel, Gedson, Taarabt, Salvio, Cervi e Jonas).
Treinador: Bruno Lage.

Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Júnio (41), Rúben Dias (45+1), Fábio Coentrão (45+2), Tarantini (45+2), Pizzi (79), Grimaldo (86) e Vlachodimos (90).

Assistência: Cerca de 8.500 espetadores.

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