O Paços de Ferreira e Vítor Oliveira colocaram este domingo a cereja no topo do bolo. Quase um mês depois de ter sido assegurado o regresso à I Liga, os pacenses sagraram-se campeões da II Liga e o treinador de 65 anos juntou o sexto título à 11.ª subida de divisão.
Os nortenhos juntaram o título desta época aos conquistados em 1990/91, o primeiro desde que a prova passou a ser denominada Liga de Honra e depois II Liga, 1999/2000 e 2004/05.
"Campeões, nós somos campeões" foi o grito de guerra dos adeptos castores nos últimos minutos do jogo da consagração, em que a equipa da Capital do Móvel bateu em casa o Cova da Piedade por 2-0, com golos de Douglas Tanque (45 minutos) e Bruno Santos (54').
Curiosamente, Vítor Oliveira volta a ser campeão pela primeira equipa que fez subir e ganhar o título, na temporada 1990-91. Pelo meio, ganhou a prova por União de Leiria (1997-98), Leixões (2006-07), Moreirense (2013-14) e Portimonense (2016-17) e promoveu Académica (1996-97), Belenenses (1998-99), Arouca (2012-13), União da Madeira (2014-15) e Desportivo de Chaves (2015-16).
Embora seja na II Liga que se sente como peixe na água, preferindo quase sempre continuar no segundo escalão depois de promover uma equipa, na próxima temporada vai regressar à elite do futebol português. "Vou ser treinador do Gil Vicente. Se me perguntarem se é um desafio absolutamente difícil, não tenho a mínima dúvida. É o projeto mais difícil na próxima temporada, mas também é aliciante", afirmou na conferência de imprensa que se seguiu ao jogo, depois de inicialmente ter dito que só anunciaria o próximo destino na segunda-feira. "O Gil Vicente é um clube que me diz muito, já lá estive duas vezes. Resolvi aceitar esta proposta de bom grado e a partir de amanhã vou pensar na equipa do Gil Vicente porque temos muito trabalho pela frente", acrescentou.
Quando em 1985 decidiu iniciar a carreira de treinador, Vítor Oliveira impôs a si mesmo uma única condição relacionada com aspetos familiares: não treinar o Leixões, o clube da terra onde nasceu, enquanto o pai fosse vivo. O motivo era simples: o pai era um pescador (e a mãe peixeira) conhecido em Matosinhos, e não queria sujeitá-lo a comentários infelizes por parte das pessoas da terra.
Menos de três anos depois de ter feito vida difícil ao Olympiacos numa pré-eliminatória da Liga Europa, o Arouca cai para os campeonatos não profissionais. O clube do distrito de Aveiro tinha descido à II Liga em 2017 e após duas épocas no segundo escalão acabou por voltar a ser despromovido, desta vez ao Campeonato de Portugal, onde já não competia desde 2009/10, na altura ainda designado por II Divisão B.
Os arouquenses saíram derrotados do dérbi regional com o Oliveirense (1-2), em Aveiro, e caíram para a zona de despromoção devido à vitória do Varzim sobre a Académica na Póvoa (1-0). De nada valeram os 40 pontos somados em 34 jornadas, pontuação que na I Liga dava para ser 11.º.
Também em perigo nesta última jornada estavam Mafra, Oliveirense e Farense, que assim vão continuar pelo menos mais uma época na II Liga.