Quanto vale uma seleção sem o seu craque?
Portugal não chegou aos quartos-de-final, mas derrubou o craque do Uruguai. Edison Cavani foi a ausência mais presente no jogo contra a França. Esteve constantemente entre as conversas da meia dúzia de adeptos uruguaios, no Terreiro do Paço, em Lisboa, mas há quem esteja convencido de que um craque não é tudo para chegar à vitória. "Ainda me lembro que a seleção portuguesa venceu o campeonato com Éder e sem Cristiano Ronaldo no campo", lembra Javier Regueiro. Os craques, aliás, é que não vão longe sem todos os jogadores. "Não é por acaso que os treinadores dão tanta importância ao espírito de equipa", diz o adepto de Montevidéu.
É mais ou menos como Damien Menard e os amigos que estiveram no Terreiro do Paço, em Lisboa, a torcer pela seleção francesa. São todos de Lyon e têm o hábito de se juntarem aos domingos para jogar futebol. Damien é o que mais talento tem para furar a defesa dos adversários, mas "sem Adrein, Louis ou Thierry para passar a bola" ele não chegaria muito longe, conta o atacante de fim de semana.
Os craques da seleção de França sabem isso melhor do que ninguém, explica o adepto de Lyon: "Que hipóteses teriam Pogma ou Mbappé se não soubessem que podem contar com Dembélé ou Pavart?" Quem julga, portanto, que o futebol é diferente de tudo o resto é porque não percebe nada de bola e, já agora, não percebe nada de nada. "Eu, sem a minha mulher, por exemplo, estou perdido", remata Damien.