Portugal pode ganhar jogo com Ucrânia na secretaria. FPF encaminha denúncia para a UEFA

Em causa está uma possível utilização irregular do avançado Júnior Moraes pelos ucranianos nas partidas contra Portugal e Luxemburgo. Fonte da Federação Portuguesa de Futebol confirmou à Lusa que recebeu denúncia e encaminhou-a para a UEFA
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Júnior Moraes, nascido no Brasil e irmão do ex-portista Bruno Moraes, estreou-se pela seleção ucraniana no jogo contra Portugal (0-0), que marcou o arranque da fase de qualificação para o Euro 2020, na última sexta-feira, na Luz. No entanto, a utilização do avançado pode ter violado os regulamentos da FIFA.

O motivo de discussão está no facto de o artigo 7 dos Estatutos da FIFA determinar que um jogador que adquira uma nova nacionalidade "só pode representar a referida seleção nacional se tiver nascido no território da respetiva federação, se os pais biológicos tiverem nascido no território da respetiva federação, se os avós tiverem nascido no território da respetiva federação ou se tiver vivido continuamente pelo menos cinco anos, depois de atingidos os 18 anos, no território da respetiva federação".

No caso de Júnior Moraes, o avançado não esteve cinco anos ininterruptos na Ucrânia, tendo saído para o Tianjin Teda, da China, em fevereiro de 2017, ao fim de quatro anos e oito meses - entretanto regressou à liga ucraniana, onde representa agora o Shakhtar Donetsk.

O avançado beneficiou no entanto de uma autorização especial para receber a cidadania e o passaporte ucranianos, que lhe foram atribuídos por um decreto do presidente do país, Petro Poroshenko.

Júnior Moraes, de 31 anos, jogou 14 minutos como suplente utilizado frente a Portugal e alinhou os 90 minutos do Luxemburgo-Ucrânia (1-2), segunda-feira. Caso FIFA e UEFA confirmem uma utilização irregular do avançado, a Ucrânia poderá perder ambos os jogos na secretaria, com Portugal a beneficiar de dois pontos e o Luxemburgo de três.

Entretanto, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) recebeu uma denúncia sobre a alegada utilização irregular do internacional ucraniano durante o fim de semana e encaminhou-a para a UEFA, revelou esta terça-feira à Lusa fonte do organismo. A mesma fonte explicou que o organismo teve conhecimento da possível utilização irregular do jogador, que poderá não cumprir os requisitos de elegibilidade da FIFA, e que remeteu a questão para o organismo organizador da competição.

Nesta altura, a Ucrânia lidera o grupo B de qualificação para o Euro 2020, com quatro pontos em dois jogos, à frente de Luxemburgo (3), Portugal (2), Sérvia (1) e Lituânia (0).

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