Nove tentativas, nove falhanços. Messi continua sem ganhar troféus pela Argentina

Lionel Messi, cinco vezes considerado melhor jogador do Mundo, continua a acumular fracassos pela seleção argentina, que foi afastada da final da Copa América pelo Brasil. Às quatro tentativas falhadas na prova sul-americana, juntam-se quatro Mundiais.
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Mais um torneio, mais uma desilusão para Argentina e mais um ano sem Lionel Messi conseguir vencer um troféu pela seleção alviceleste. Já são nove tentativas falhadas. A última foi na madrugada desta quarta-feira, nas meias-finais da Copa América, com uma derrota por 2-0 diante do Brasil que impediu o país de Maradona de chegar à final da prova, apesar da boa exibição do avançado do Barcelona.

Messi, cinco vezes considerado o melhor jogador do Mundo (divide este recorde com Cristiano Ronaldo), estreou-se pela seleção principal da Argentina a 17 de agosto de 2005, pouco tempo depois de ter brilhado no Mundial de sub-20 que a equipa das Pampas venceu. Foi chamado pelo selecionador José Pekerman para atuar num particular com a Hungria, que serviu também para acabar com os rumores de que poderia optar por jogar pela Espanha.

A estreia não podia ter corrido pior para o jovem Messi, na altura com 18 anos, que entrou aos 19 minutos para o lugar de Lisandro López e um minuto depois foi expulso. Um incidente, porém, que não prejudicou a sua imagem, pois fez parte dos convocados para o Mundial da Alemanha, em 2006.

A saga de falhanços de Messi com a seleção argentina começou precisamente nesse ano de 2006, no Campeonato do Mundo. Jogou poucos minutos e a seleção sul-americana foi eliminada nos quartos-de-final da competição pela Alemanha.

Quatro anos depois, novo Mundial, agora na África do Sul, torneio onde Messi chegou já com o estatuto de estrela e com a braçadeira de capitão que lhe foi entregue pelo selecionador da altura, nada mais, nada menos do que Diego Maradona. E o sonho voltou a ruir nos quartos-de-final, outra vez com a Alemanha.

Brasil 2014. Mais um ano em que a Argentina se apresentou como candidata e comandada pelo jogador do Barcelona. Uma fase de grupos irrepreensível, com três vitórias em três jogos, fez sonhar a alviceleste, que chegou à final do torneio depois eliminar sucessivamente a Suíça, Bélgica e Holanda. Mas caiu na final contra o carrasco de sempre: a Alemanha.

No último Mundial, na Rússia, em 2018, novo desastre. A Argentina foi eliminada logo nos oitavos-de-final da competição pela França. Quatro Mundiais, quatro falhanços da Argentina.

Aos insucessos em Mundiais juntou-se também o falhanço nas presenças na Copa América. Messi estreou-se nesta competição na edição de 2007, ano em que a alviceleste perdeu a final com o Peru por 3-0. Quatro anos depois, em 2011, a Argentina foi a anfitriã da prova e a esperança era maior do que nunca. Mas mais uma desilusão, com a equipa a ser eliminada logo nos quartos-de-final no desempate por penáltis com o Uruguai, com Messi a ser alvo de muitas críticas.

Em 2015, mais uma final perdida por Messi, outra vez nas grandes penalidades diante do Chile. E o mesmo cenário aconteceu no ano a seguir, na Copa América Centenária organizada pelos Estados Unidos. A Argentina perdeu na final com Messi a falhar a grande penalidade decisiva.

O último revés aconteceu na madrugada desta quarta-feira. Mesmo sem convencer na prova, a Argentina chegou às meias-finais, caindo aos pés do anfitrião Brasil, num jogo que ficou marcado pelas críticas de Messi à arbitragem. "Nesta Copa América cansaram-se de ir ao VAR e hoje nada. Oxalá a Conmebol [organização responsável pela competição] faça alguma coisa, mas não acredito muito nisso, porque o Brasil controla tudo, faltaram-nos ao respeito", disparou o jogador do Barcelona.

No passado, Messi ameaçou por mais de uma ocasião deixar de jogar na seleção do seu país e depois de mais este falhanço os rumores voltaram. Mas no final do jogo, o jogador deu a entender que essa possibilidade não está nos seus planos. "Senti-me muito bem integrado neste grupo. Se tenho de ajudar, vou fazê-lo. Temos uma boa equipa e condições para continuar a crescer. Se posso continuar a ajudar continuarei", referiu.

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