Desportos
12 abril 2020 às 12h30

Morreu Stirling Moss, 'gentleman' da F1 que impressionou Portugal

Piloto britânico tinha 90 anos. Ganhou 16 grandes prémios de Fórmula 1 dos 66 que disputou. Em 1958, em Portugal, no circuito da Boavista, foi protagonista de um gesto de desportivismo que lhe viria a custar um título de campeão

DN

Stirling Moss, antigo piloto britânico de fórmula 1, morreu este domingo, aos 90 anos, após doença prolongada, que motivou a sua retirada da vida pública em janeiro de 2018, sendo que em 2016 tinha sido afetado por uma infeção pulmonar, que o manteve hospitalizado durante 134 dias.

Nascido em Londres, em 17 setembro de 1929, Moss participou em 529 corridas em várias modalidades de velocidade ao longo da carreira, arrecadando 212 vitórias. Moss fica na história como um dos pilotos que mais deu projeção à Fórmula 1, mesmo que nunca tenha conseguido sagrar-se campeão do Mundo - somou sim quatro vice-campeonatos. Terminou ainda três vezes no terceiro lugar. Acabou por ficar conhecido como "o melhor piloto que nunca venceu um campeonato do Mundo".

Ainda assim, Stirling Moss venceu 16 dos 66 grandes prémio em que participou, de 1951 a 1961, e foi também o primeiro britânico a subir ao lugar mais alto do pódio numa corrida de F1 disputada no próprio país (1955, circuito de Aintree) .

"Uma das lendas da Fórmula 1, Sir Stirling Moss, morreu aos 90 anos. Recorrentemente apelidado de 'o melhor piloto que nunca venceu um Campeonato do Mundo', Moss participou em 66 GP, entre 1951 e 1961, período durante o qual construiu uma rivalidade com [o argentino] Juan Manuel Fangio [cinco vezes campeão mundial]", pode ler-se no site oficial da Fórmula 1.

Além dos 16 GP que venceu, o britânico registou ainda 16 'pole positions', 19 melhores voltas, quatro 'hat-tricks' ('pole position', volta mais rápida e vitória) e 24 pódios durante os 10 anos em que correu na F1, acumulando um total de 186,6 pontos. Nesse período, representou as equipas HWM, Connaught, ERA, Cooper, Maserati, Mercedes, Vanwall, BRM, Lotus e Ferguson.

Em 1958, uma atitude de desportivismo, precisamente em Portugal, viria a impedi-lo de conquistar o título de campeão da F1 no final dessa época. Moss venceu a corrida no circuito da Boavista, no Porto, mas no final ilibou Mike Hawthorn, que tinha sido desclassificado, por ter feito uma inversão de marcha em plena pista. O testemunho do piloto britânico permitiu que o compatriota terminasse a prova no segundo posto, o suficiente para que, no final da temporada, Hawthorn se sagrasse campeão, com um ponto de vantagem sobre Moss.

Moss retirou-se oficialmente das corridas de alta competição em 1962, na sequência de um acidente em Goodwood, que o deixou em coma por um mês e parcialmente paralisado durante seis meses. Ordenado cavaleiro em 2000, Moss continuou a competir em eventos de carros clássicos até aos 81 anos.