Megan Rapinoe, a ativista LGBT americana que afronta Trump. Este responde com Ronaldo

Jogadora da equipa dos EUA recusa cantar o hino americano nos jogos
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Megan Rapinoe é uma das principais jogadoras da seleção americana. Ela acumula títulos como o ouro olímpico de 2012 e o mundial de 2015, advoga em prol dos direitos LGBT e clama por mais igualdade de género no futebol dos Estados Unidos (soccer). Além disso não canta o hino em protesto e é criticada por Trump.

A médio dos EUA que marcou os dois golos que colocaram a equipa nos quartos-de-final do Mundial 2019, ficou famosa por não cantar o hino nos jogos do mundial. Em entrevista à revista Dibradoras, a atleta explicou a atitude falando não se sentir representada pela bandeira americana por ser uma mulher homossexual: "Como uma americana gay, eu sei o que significa olhar para essa bandeira e não tê-la como símbolo de proteção à sua liberdade. É algo pequeno que eu poderia fazer e planejo continuar fazendo para tentar espalhar uma discussão importante sobre isso (...) Acho que nunca mais vou colocar a mão no peito e cantar o hino nacional de novo."

Uma atitude que foi agora criticada por Donald Trump. O presidente americano, segundo o portal The Hill, considerou que a atitude de Rapinoe - que se descreve como um "protesto ambulante" às políticas de Trump -, "não foi apropriada". Mas declarou assistir futebol feminino e acha as jogadoras "realmente talentosas".

O presidente recusou tomar uma posição sobre se os jogadores de futebol feminino deveriam receber salários iguais aos dos homens, dizendo que teria que olhar melhor para a questão e usou Ronaldo para o fazer: "Acredito que tem também a ver com a economia. Quero dizer, quem ganha mais, de onde vem o dinheiro. Sei que quando se tem as maiores estrelas como [Cristiano] Ronaldo e algumas dessas estrelas... recebem muito dinheiro, mas atraem centenas de milhares de pessoas."

Isto porque um grupo de atletas dos EUA resolveram lutar por direitos iguais, pagamentos iguais, e as mesmas regalias que a equipa masculina do país em tribunal. A seleção feminina a é tetracampeã olímpica e tricampeã mundial, enquanto os homens não chegam nem perto desse resultado.

Ativista LGBT, Rapinoe é uma das jogadoras que mais fala abertamente sobre isso. "Disponho de uma plataforma tão poderosa quanto o desporto, que interessa a milhões de pessoas do mundo inteiro. E faço parte de uma equipa que recebe uma grande cobertura dos media. Ficar calada seria egoísta", disse Rapinoe durante um recente evento organizado pela Nike em Paris.

Além de tudo isto, a jogadora, que tornou pública a sua homossexualidade em 2012, também colabora com organizações como a Athlete Ally, que luta contra a homofobia no mundo do desporto, e a Common Goal, que incentiva as atletas de elite a doar 1% do salário para causas relacionadas com a justiça social. E faz questão de garantir o espaço das mulheres em entrevistas que muitas vezes são dominadas por homens, parando de responder quando eles se atropelam nas perguntas.

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