Jogadores do Liverpool ajoelharam-se contra o racismo
O Liverpool, campeão europeu e principal candidato à conquista da Premier League, mostrou-se esta segunda-feira solidário com os manifestantes que reclamam justiça no caso da morte de George Floyd, nos Estados Unidos.
Os jogadores do plantel do clube inglês posaram numa roda no círculo central do relvado do estádio Anfield, com um dos joelhos posados na relva. A imagem percorreu as redes sociais de todos os futebolistas do Liverpool, entre os quais do capitão Jordan Henderson, e das principais estrelas como Fabinho, Roberto Firmino, Wijnaldum, James Milner, Virgil van Dijk, Andy Robertson ou Trent-Alexander Arnold.
A mensagem foi unânime: "A união faz a força" e "Vidas negras importam", o slogan do movimento antirracismo nos Estados Unidos, que têm sido cenário de manifestações e confrontos após a morte de George Floyd no início da última semana em Minneapolis.
O gesto tornou-se popular quando em 2016 o futebolista da NFL (futebol americano) Colin Kaepernick decidiu ajoelhar-se antes de cada jogo, em protesto contra a desigualdade e brutalidade racial existente. Uma situação que originou apoio, mas também muitas críticas, com Kaepernick, considerado um dos melhores jogadores da NFL, a não encontrar equipa em 2017.
Do mundo do desporto têm sido algumas as figuras importantes a levantar a voz contra a discriminação racial, e nas últimas horas Marcus Rashford (Manchester United), Lewis Hamilton (Fórmula 1) ou Michael Jordan (ex-jogador da NBA) fizeram-se ouvir.
Rashford escreveu mesmo uma mensagem nas redes sociais, onde expressou a sua dificuldade em entender o que se passa no mundo. "Num momento em que nos pedem que estejamos juntos, que estejamos unidos e trabalhemos juntos, parece que estamos mais divididos do que nunca. Pessoas estão a magoar e pessoas precisam de respostas", escreveu o internacional inglês.
Rashford pede justiça para George Floyd, Ahmaud Arbery, um jovem afro-americano de 25 anos de idade, morto em 23 de fevereiro por um pai e filho enquanto fazia jogging, ou Breonna Taylor, de 26 anos, morta em março quando dormia, com a polícia a invadir erradamente a sua casa.
Do mundo do desporto também no fim de semana, os futebolistas Jadon Sancho e Achraf Hakimi marcaram golos pelo Borussia Dortmund e comemoraram com inscrições nas camisolas: "Justiça para George Floyd".
E já esta segunda-feira, Lewis Hamilton e Michael Jordan condenaram o racismo e o silêncio de boa parte das pessoas.
"Ninguém mexe um simples dedo no meu setor [Fórmula 1], que é verdadeiramente um desporto dominado por brancos. Eu sou uma das únicas pessoas de cor, ainda estou sozinho", disse Lewis Hamilton, o campeão mundial em título.
Já a antiga estrela de basquetebol da NBA e dos Chicago Bulls, juntou-se a atletas de todo o mundo que lamentaram a morte do afro-americano. Michael Jordan denunciou o "racismo enraizado" nos Estados Unidos, sublinhando estar "profundamente entristecido, a sofrer genuinamente", dizendo-se "ao lado daqueles que se manifestam contra o racismo e a violência contra pessoas de cor no país".
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu na noite de segunda-feira em Minneapolis, após uma intervenção policial violenta, cujas imagens em vídeo foram divulgadas através da internet.
Floyd foi detido por suspeita de ter tentado pagar com uma nota falsa de 20 dólares num supermercado. No vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver um dos polícias, entretanto acusado de homicídio negligente, a pressionar o pescoço de Floyd com o joelho durante vários minutos, apesar de este ter dito que não conseguia respirar.
Desde então, várias cidades norte-americanas, incluindo Washington e Nova Iorque, têm sido palco de manifestações, com os protestos a resultarem frequentemente em confrontos com a polícia.