João Rodrigues vence Volta a Portugal

Ciclista da W52/FC Porto foi mais rápido do que Jóni Brandão no contrarrelógio que ligou neste domingo Gaia ao Porto. Rodrigues sucede ao companheiro de equipa Raul Alarcon.
Publicado a
Atualizado a

João Rodrigues, ciclista da W52-FCPorto, sagrou-se neste domingo vencedor da Volta a Portugal em bicicleta, ao triunfar no contrarrelógio que terminou na avenida dos Aliados, no Porto. Rodrigues, que partiu neste domingo em igualdade com com Jóni Brandão (estavam separados por centésimos de segundos), acabou por fazer uma prova perfeita, deixando o seu mais diretor perseguidor a 27 segundos e Gustavo Veloso a 1.08 minutos. Rodrigues sucede no historial da prova ao espanhol e companheiro de equipa Raul Alarcon, que falhou a Volta por lesão, três anos depois do mais recente português a vencer a prova, o também dragão Rui Vinhas.

O cilclista da W52-FC Porto veio de Faro para se afirmar, aos 24 anos, como o mais forte do pelotão nacional, conquistando a 81.ª Volta a Portugal em bicicleta a pedir voos maiores na carreira. O mais novo dos três candidatos, a par do líder Jóni Brandão (Efapel) e do veterano espanhol Gustavo Veloso (W52-FC Porto), acabou por ser o mais forte, numa vitória anunciada por bons resultados nos últimos anos.

Em 2018, e depois de ter ficado de fora da edição de 2017 por uma infelicidade, arrancou um sétimo lugar, então dentro da armada do bicampeão espanhol Raúl Alarcón, ao lado de Veloso. Esta temporada, foi na zona sul do país, por onde a Volta a Portugal pouco passou, que começou por se evidenciar, ao ser nono na Volta ao Algarve entre o pelotão WorldTour e vencer a Volta ao Alentejo com autoridade.

Os bons resultados deixaram-no à porta de novo brilharete na Volta, mas esperava-se, então, que fizesse parte da equipa que levaria Alarcón a um 'tri'. O chefe de fila caiu no Grande Prémio Abimota e a ausência da prova abriu-lhe as portas. Ainda assim, a presença do veterano Veloso na equipa, que vestiu a amarela por cinco dias, podia ter-lhe tapado a ascensão, apesar da amizade entre os dois corredores, evidenciada dentro e fora da estrada.

Na Torre, na quarta etapa, brilhou, ao vencer à frente do colega de equipa mais experiente, numa vitória que já bastaria para o inscrever nas páginas de glória da Volta, e o segundo lugar manteve-se até ao fim. Na nona etapa, na subida à Senhora da Graça, foi segundo e ganhou um segundo ao camisola amarela Jóni Brandão, colocando-se a 41 centésimos da liderança numa Volta disputada como nunca até ao fim. No contrarrelógio, acabou por se mostrar mais forte que o rival e vencer, após uma prova em que os seus dois lados foram sendo revelados ao público e aos jornalistas, fruto da forma autêntica como reagia aos resultados.

Vindo de Tavira, impôs-se a adversários pela geral dentro e fora da equipa, numa W52-FC Porto apostada em não abrir o jogo sobre o real líder, e bateu Jóni Brandão na edição mais disputada e equilibrada dos últimos anos, como destacou por várias vezes, apontando para as "forças muito igualadas" dos principais nomes, mesmo que alinhasse na 'onda' da equipa em isolar Brandão como o grande candidato.

O João sorridente da Torre, após a "maior vitória da carreira", dava lugar a um João cabisbaixo e com ar de poucos amigos com maus resultados, numa Volta 'nervosa' e com trocas de galhardetes sobre quem seria o real candidato. Na nona etapa, tanto João como Jóni prometeram correr "à morte" o 'crono' do Porto, e foi nesse esforço de 19,5 quilómetros a fechar a 'maratona' que se revelou como o vencedor da 81.ª edição, agora a pedir 'voos' maiores aos 24 anos.

O algarvio começou por correr nas equipas de Tavira e foi nos dragões que deu o salto qualitativo, 'explodindo' em 2018 e confirmando, em 2019, o potencial de vencedor que lhe vinham apontando ao longo dos anos. Até final, sempre se mostrou humilde e foi apontando "um dia de cada vez", elogiando Veloso e mostrando a vontade de "chegar à vitória final". "Não queremos dar espetáculo, queremos ganhar a geral", disse, após a Torre.

"Já sonhei bastante em vencer, mas até isso se realizar era uma diferença grande. Esta e a Senhora da Graça são etapas que se adaptam às minhas características. É o culminar de muito trabalho, tenho de agradecer aos meus companheiros", dizia, após a subida da Serra da Estrela, numa citação que bem se pode aplicar à vitória na Volta a Portugal.

Classificação da geral individual:

1. João Rodrigues, Por (W52-FC Porto), 40:57.04 horas

2. Jóni Brandão, Por (Efapel), a 27 segundos

3. Gustavo Veloso, Esp (W52-FC Porto), a 1.08 minutos

4. António Carvalho, Por (W52-FC Porto), a 2.32

5. Edgar Pinto, Por (W52-FC Porto), a 3.14.

6. João Benta, Por (Rádio Popular-Boavista), a 3.15.

7. David Rodrigues, Por (Rádio Popular-Boavista), a 4.44.

8. Cristhian Montoya, Col (Medellín), a 5.24.

9. Daniel Silva, Por (Rádio Popular-Boavista), a 5.33

10. Henrique Casimiro, Por (Efapel), a 5.43

Classificação geral por equipas:

1. W52-FC Porto, 122:53.31 horas.

2. Rádio Popular-Boavista, Por, a 2.26 minutos.

3. Sporting-Tavira, a 11.11.

Classificação geral por pontos:

1. Daniel Mestre, Por (W52-FC Porto), 91 pontos.

2. August Jensen, Nor (Israel Cycling Academy), 52.

3. Mikel Aristi, Esp (Euskadi-Murias), 50.

Classificação geral da montanha:

1. Luís Gomes, Por (Rádio Popular-Boavista), 107 pontos.

2. Hugo Sancho, Por (Miranda-Mortágua), 47.

3. João Rodrigues, Por (W52-FC Porto), 45.

Classificação da juventude:

1. Emanuel Duarte, Por (LA ALumínios).

2. Urko Berrade, Esp (Euskadi-Murias).

3. Rafael Lourenço, Por (Oliveirense-InOutBuild).

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt