Fifó, a estrela do futsal feminino: "Para mim isto está a ser um sonho"

Melhor marcadora da seleção portuguesa que ganhou o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude falou ao DN desde Buenos Aires e revelou a mensagem enviada pelo ídolo Ricardinho antes da final
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Ana Sofia Simões Gonçalves, de 18 anos, viu a alcunha que a família lhe colou em criança, Fifó, projetada nos últimos dias a uma dimensão internacional. Ela foi a grande estrela da seleção portuguesa de futsal sub-19 que fez história na Argentina ao ganhar a medalha de ouro nos Jogos olímpicos da Juventude, marcando golos para todos os gostos e feitios: 21 no total, incluindo todos os quatro com que Portugal derrotou o Japão (4-1) na final do torneio.

De repente, o futsal português projetou outra estrela mediática para além do incontornável Ricardinho. De quem Fifó, naturalmente, é fã. E com quem trocou mensagens antes da final histórica de Buenos Aires. Foi também desde a capital argentina, onde esta quinta-feira a seleção feminina foi recebida pela embaixada portuguesa, que Ana Sofia falou com o DN e revelou um pouco mais sobre Fifó, a craque a que dá corpo no futsal.

Antes de mais, quem é a Fifó que virou tema de conversa entre os portugueses nos últimos dias?
É uma jogadora de futsal que gosta sempre de dar o máximo em todos os jogos e contribuir para o sucesso da sua equipa, cada dia mais.

E como chegou ao futsal?
Comecei a jogar futsal muito cedo, com uns sete ou oito anos. O meu pai e o meu irmão sempre jogaram futebol e eu também gostava e quis experimentar. Entretanto formámos um clube, o Quinta da Luz, que subimos à primeira divisão, e começámos a jogar contra os grandes clubes como o Sporting e o Benfica. Foi assim que o Benfica me descobriu. E por isso estou no Benfica há sete anos.

Mas porquê o futsal e não o futebol?
Também joguei futebol, mas escolhi o futsal porque foi o primeiro que experimentei a sério e acho que sempre gostei mais do ambiente do pavilhão.

E de repente toda a gente fala da Fifó. Artigos no site da FIFA, elogios de treinadores internacionais, o ouro olímpico, os quatro golos na final, as manchetes dos jornais... Estava à espera disto?
Sou sincera, nunca pensei que fosse regressar tão bem depois de ter estado quatro semanas parada devido a lesão. Estou muito feliz, naturalmente. Para mim, está a ser um sonho. Se não for o título mais importante da minha carreira, porque ainda espero disputar e ganhar outros, será certamente um dos mais importantes. Estou muito feliz pelo que consegui a nível individual, mas sobretudo pelo que conseguimos a nível coletivo. Todas as jogadoras se portaram muito bem e mostraram o valor do futsal português.

Com uma equipa formada em pouco tempo, já foram para a Argentina a pensar no ouro?
Desde o início que pensávamos numa medalha, sim. E sabíamos bem qual a cor que queríamos, mas também tínhamos em consideração o nível das adversárias e as dificuldades que nos poderiam aparecer pela frente. Felizmente correu tudo da melhor maneira e temos a medalha que queríamos.

Entre as suas proezas está um recorde que supera Ricardinho e até Cristiano Ronaldo: a mais nova jogadora a estrear-se pela seleção principal, com apenas 16 anos. O que significa isso?
Acima de tudo, estou muito grata por tudo o que me têm proporcionado no futsal, grata a todos os treinadores que me ensinaram ao longo do percurso e que ajudaram um pouco a ser o que sou hoje.

E o Ricardinho, é um ídolo para si? Ele já mandou alguma mensagem depois desta conquista?
É um ídolo, claro. Depois do ouro não falámos ainda, mas antes do jogo trocámos mensagens. Ele enviou-me uma mensagem de apoio para transmitir à equipa a dar-nos força para a final.

E já lhe ensinou algum dos truques dele?
Não, ainda não me ensinou nenhum... Ele é único, não há ninguém como ele, que consiga fazer o que ele faz.

Aos 18 anos e já com tantos títulos, o que espera ganhar ainda no futsal? Até onde quer chegar?
Considero-me uma felizarda, porque aos 16 ou 17 anos já tinha ganho tudo o que há para ganhar no futsal em Portugal, pelo Benfica. Este título pela seleção vem aumentar o sentimento de glória. Mas há sempre mais para ganhar. Em breve [fevereiro de 2019, em Gondomar] vamos ter a fase final do Europeu de futsal sénior feminino e espero contribuir para mais um feito histórico. Quero ganhar sempre tudo.

E além do futsal, o que faz?
Acabei o 12.º ano em gestão desportiva. Este ano acabei por não me inscrever na faculdade, mas espero no futuro formar-me num curso ligado ao desporto.

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