Fernando Santos: "Ronaldo está bem e só diz que quer jogar"
Cristiano Ronaldo tem covid-19. "Está bem. Entrou em isolamento ontem [segunda-feira] à noite. De manhã voltou-se a testar. Cristiano está no quarto, diz que quer jogar, comunica connosco lá de cima. Está bem, completamente assintomático, nem percebe muito bem o que lhe aconteceu.", revelou Fernando Santos, na conferência de Imprensa de antevisão do jogo de Portugal com a Suécia.
É o terceiro caso no seio do grupo português: "Infelizmente para nós voltamos a ter esta questão [José Fonte e Anthony Lopes também testaram positivo antes]. Uma situação muito anormal. Essa questão de Covid-19, para além de ser triste da parte humana, mas também porque temos feito tudo o que tem sido dito, para nós a saúde é muito importante."
O selecionador defendeu ainda que não foi na seleção que se deu o contágio:"Desde segunda-feira que estamos aqui completamente confinados. O staff e jogadores entraram e não entrou mais ninguém. Não há ninguém de fora a entrar. No primeiro estágio não tivemos problemas, mas aqui aconteceu e não foi pelo não cumprimento das regras. Não foi aqui que o vírus atacou. As coisas são assim. Os jogadores têm-se preocupado em manter as regras de segurança. Fizemos sete testes, todos os dias fomos testados, por isso obviamente isso é que nos deixa o sabor de que tudo fizemos e aconteceu. Infelizmente ninguém sabe bem o que é esta questão. Eu não percebi. Saímos, autocarro, aeroporto... Tudo o que são as regras da DGS, temos cumprido à risca."
Como é que a seleção está a reagir à ausência de Ronaldo? "Qualquer jogador que se ausente devido à Covid-19 é uma baixa de peso. O Cristiano Ronaldo é uma baixa se calhar um pouco maior, mas nós estamos preparados. Faz parte e de certeza que vamos dar a volta a isso", disse esta terça-feira o selecionador nacional.
E como vai ser sem ele em campo? "Já disse antes, nenhuma equipa do Mundo fica melhor sem o melhor do Mundo. Mas esta equipa já demonstrou que tem capacidade para responder coletivamente e eu tenho plena confiança nos jogadores. Se o gostava de ter, sim, mas tenho absoluta confiança nos que jogarem", respondeu o técnico campeão da Europa em 2016, que já é o selecionador com mais jogos à frente da seleção (76).
Sem poder contar com o jogador da Juventus frente à Suécia (quarta-feira, às 19.45, Estádio José Alvalade), em que equipa vai apostar? "O plano é o mesmo. É claro que as dinâmicas são diferentes. O Cristiano tem características próprias e os próprios comentadores dizem isso. Tendo Cristiano, que é um jogador mais móvel, obviamente que nesses detalhes é diferente. Mas a equipa já jogou sem ele e esteve bem, mas isso tem a ver com o ADN que a equipa tem agora", explicou Fernando Santos sem revelar se entrará em campo com Trincão, João Félix e André Silva.
Além disso o treinador nacional não pensa fazer muitas mexidas no onze. Que dizer... "Mexer já vou mexer, não tinha muita vontade mas já vou mexer [por causa de Ronaldo]. Poderá acontecer mais uma ou outra, mas a equipa não será muito diferente do último jogo. Se houver será devido ao desgaste físico. É um jogo de elevada importância para nós", avisou, alertando para a "qualidade"da Suécia: "Os jogadores das alas, quer Kulusevki quer Forsberg levam a equipa para a parte da imaginação, transportam para o jogo mais criativo. As contas deste grupo passam muito pela Suécia, há que ter isso em atenção."
Habituado a lançar Portugal para grandes feitos, Fernando Santos foi questionado sobre a revalidação do título da Liga das Nações. "Eu desde que cheguei disse logo para o que vinha, disse que Portugal é candidato e todos achavam que eu era maluquinho. Hoje, Portugal entra em qualquer jogo para ganhar. Contra o campeão do Mundo e outra das melhores seleções do Mundo, jogamos para ganhar e será sempre assim. O que eu acho é que sim, Portugal neste momento afirma-se e nota-se que Portugal é uma equipa respeitada pelos adversários", disse orgulhoso dos seus "meninos".
O jogo com a Suécia vai ter público: "Sem público uma parte da vantagem desaparece. Cinco mil já é muito bom, em muitos campeonatos e campos. É sempre entusiasmante ter o público, seja o número que for. Um estádio cheio a cantar o hino era melhor, mas com cinco mil vamos ouvir mais o hino. É muito importante isso. Em França sentiu-se isso. Éramos só nós a puxar o hino. É muito importante que venha de fora, bom para mim, para os jogadores. É fundamental, sendo muitos ou poucos, é muito importante"