Recorde e liderança assegurada. Mas desta vez o dragão sofreu
FC Porto vence o Rio Ave, passa o ano como líder e iguala o melhor registo de sempre da história do clube, com 15 triunfos consecutivos. Mas o Rio Ave deu luta e esteve várias vezes perto do empate
O FC Porto venceu o Rio Ave, por 2-1, num jogo onde o resultado foi melhor do que a exibição, e já sabe que vai passar o Natal e o Ano Novo na liderança da I Liga. O triunfo diante dos vilacondenses permitiu ainda à equipa de Sérgio Conceição igualar um recorde com 33 anos, ainda dos tempos do FC Porto de Artur Jorge - 15 jogos consecutivos sempre a vencer. Tudo isto num jogo onde os dragões, pela quarta vez nos últimos cinco jogos, estiveram em desvantagem, mas deram a volta ao resultado, perante um adversário que deu luta até ao fim e em certos momentos foi mesmo superior.
O FC Porto surgiu no Dragão no seu habitual esquema de 4X4X2, com Danilo recuperado a atuar a titular no meio-campo e Maxi Pereira como lateral direito. Na equipa do Rio Ave, que atuou num 4X2X3X1, com Vinícius sozinho no ataque apoiado por um meio-campo com Gabrielzinho, Gelson Dala e Fábio Coentrão, a principal novidade estava no banco. Com a saída de José Gomes para o Reading, equipa inglesa do Championship, a equipa foi orientada por Augusto Gama, homem da casa que foi durante 15 anos jogador dos vilacondenses.
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Como já vem sendo habitual esta temporada, o FC Porto viu-se cedo em desvantagem (aconteceu quatro vezes nos últimos cinco desafios). Aos 12', num lance de contra-ataque, Gelson Dala assitiu Vinícius, que tirou Casillas do caminho e gelou o Dragão. Foi o 13 golo do avançado do Rio Ave esta temporada!
A verdade é que este FC Porto de Sérgio Conceição parece já estar habituado a esta tendência de se ver em desvantagem, pois a equipa sabe reagir. E fá-lo de imediato. Por isso a vantagem do Rio Ave só durou quatro minutos, com Brahimi a repôr a igualdade aos 16', num lance em que iniciou a jogada e depois marcou na pequena na área, livre de marcação, após uma assistência de cabeça de Soares.
Augusto Gama foi obrigado a mexer na equipa aos 25 minutos, com a saída de Gelson Dala, lesionado, entrando para o seu lugar o croata Jambor, o que obrigou a algumas alterações táticas. Ainda o treinador interino do Rio Ave estava a corrigir posições, e já o FC Porto passava para a frente. Maxi Pereira assistiu Marega que, na área, usou o físico para fugir a Nélson Monte e fazer o 2-1 para o FC Porto aos 26'. No espaço de 12 minutos, os dragões davam a volta ao marcador. Foi o quinto jogo consecutivo do maliano a marcar.
Curiosamente, os derradeiros minutos da primeira parte terminaram com o Rio Ave com mais posse de bola e a surgir junto da área portista. Quase sempre por iniciativas do avançado Vinícius. Mas a melhor oportunidade foi de Corona, que aos 45' falhou de forma incrível o terceiro golo dos dragões, rematando ao lado sozinho na zona de penálti.
As duas equipas entraram para a segunda parte sem alterações. E logo nos primeiros minutos houve oportunidades nas duas balizas. Primeiro num lance protagonizado por Coentrão e Vinícius, em que o brasileiro obrigou Casillas a grande intervenção, mas estava fora de jogo. E pouco depois por Corona, que atirou ao lado após assistência de Brahimi.
Aos 60', o Rio Ave esteve muito perto do empate. Coentrão cruzou do lado direito, e na altura em que Vinícius se preparava para bater Casillas, valeu o corte de Alex Telles na hora H. O equílibrio no jogo era mostrado na estatística aos 65 minutos, com 18 ataques protagonizados por cada uma das equipas.
Sérgio Conceição percebeu que necessitava de fazer algo para travar as investidas do Rio Ave que cada vez se revelavam mais perigosas. E aos 72' lançou Óliver para o lugar de Corona para dar mais consistência ao meio-campo. Mesmo depois da entrada de Hernâni, aos 81', a render Soares, a melhor oportunidade pertenceu ao Rio Ave, que tinha em Fábio Coentrão e Vinícius as grandes figuras, e que no mesmo lance estiveram ambos muito perto do golo do empate.
Sem a consistência, velocidade e agressividade de outros jogos, a partida terminou com mais uma vitória do FC Porto, a 15.ª consecutiva que permitiu igualar o registo de 1984/85. Mas o Rio Ave, que viu Fábio Coentrão ser expulso nos descontos (duplo amarelo), bateu-se de igual para igual e em alguns momentos chegou mesmo a ser superior.
A FIGURA: VINÍCIUS

© Pedro Correia/Global Imagens
Este avançado do Rio Ave mostrou ter andamento para outros voos. Mesmo sozinho no ataque, apesar de bem apoiado por Fábio Coentrão, foi uma carga de trabalhos para os defesas do FC Porto, sempre que aparecia lançado por colegas em contra-ataques. Marcou o golo inaugural do jogo aos 12 minutos, numa transição rápida em que ganhou em velocidade a Miltão e ainda contornou Casillas antes de colocar a bola no fundo das redes do FC Porto. Mas teve mais uma mão cheia de oportunidades. No início da segunda parte, apesar de estar em fora de jogo, obrigou Casillas a aplicar-se. E aos 60 teve nos pés o golo do empate, valendo o corte providencial de Alex Telles. Atenção a este rapaz. Não é por acaso que já leve 13 golos marcados em todas as competições esta época.
Ficha de jogo
Jogo disputado no Estádio do Dragão, Porto.
Assistência: 48.208 espetadores.
Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa).
FC Porto: Casillas, Maxi, Felipe, Militão, Alex Telles, Corona (Oliver Torres, 72), Danilo, Herrera, Brahimi (Adrián López, 90+1), Soares (Hernâni, 81) e Marega.
Treinador: Sérgio Conceição.
Rio Ave: Leo Jardim, Nadjack, Buatu, Nélson Monte, Matheus Reis, Tarantini (Murilo, 79), João Schmidt, Gabrielzinho (Bruno Moreira, 88), Fábio Coentrão, Gelson Dala (Jambor, 25) e Vinícius.
Treinador: Augusto Gama.
Marcadores: 0-1, Carlos Vinicius, 12 minutos; 1-1, Brahimi, 16', e 2-1, Marega, 26'.
Ação disciplinar: cartão amarelo para Fábio Coentrão (55, 90+4), Tarantini (55), Nélson Monte (58), Maxi Pereira (90+4). Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Fábio Coentrão (90+4).