Desportos
15 janeiro 2019 às 18h39

FC Porto aumentou receitas comerciais em 43% e ainda depende muito da Champions

Relatório diz que perdas após impostos são de 29 milhões de euros, mas menores relativamente à época anterior. Plantel azul e branco vale 232 milhões de euros, com destaque para os valiosos Alex Telles, Marega e Brahimi

DN

O FC Porto conseguiu na temporada passada (2017/2018) aumentar as receitas comerciais do clube em 34%, atingindo assim os 38,1 milhões de euros, que equivalem a 36% do volume de negócios. Os dados são do "The European Champions Report 2019", um estudo da KPMG que analisou os resultados dos clubes campeões nos oitos principais campeonatos europeus (Espanha, Alemanha, Portugal, Turquia, Itália, Inglaterra, França e Holanda). Assim, o estudo considerou os dados de FC Porto, Barcelona, Bayern Munique, Galatasaray, Juventus, Manchester City, Paris Saint-Germain e PSV.

O relatório, que analisou o desempenho, finanças, valor dos jogadores e redes sociais dos clubes, aponta ainda que, para os dragões, as receitas das transmissões televisivas tiveram um impacto bastante importante, 54,6 milhões de euros, ou seja, 52% do total do volume de negócios. O estudo destaca ainda o acordo com a Altice, avaliado em cerca de 458 milhões de euros, que entrou em vigor no início desta temporada. Assinado em 2015, o acordo inclui ainda o direito de utilização do espaço publicitário no Estádio do Dragão.

A presença na Liga dos Campeões continua a ser vital para os azuis e brancos que são, entre as oito equipas analisadas, o clube que mais depende das receitas das provas europeias. Na época passada os dragões receberam 30,9 milhões de euros que, considerando o volume total de negócios, significam 29%. O relatório da KPMG refere que os clubes de ligas com menor visibilidade, e um menor mercado ao nível das transmissões televisivas, dependem muito mais das provas da UEFA, para aumentar as receitas a curto e médio prazo.

Das oito equipas, o FC Porto está em penúltimo no ranking das receitas operacionais, liderada pelo Barcelona (689 milhões de euros). Atrás dos dragões (105,8) está apenas o holandês PSV (62). No entanto, o número apresentado pelos dragões representa um aumento de 7% em termos homólogos.

Os dragões estão, no entanto, quase no topo da lista no rácio custos de pessoal/receitas operacionais. A KPMG estima que o facto de o FC Porto jogar todos os anos para o título resulta num aumento de 8%, para 84,8 milhões de euros, nas despesas com pessoal todos os anos. Apenas o Barcelona, com 562 milhões de euros, superam o campeão português em título.

Apesar de bons resultados ao nível da venda de jogadores (destaque para André Silva e Rúben Neves), o FC Porto apresenta perdas de 29 milhões de euros após impostos. Este valor significa, no entanto, uma melhoria em relação à época anterior (2016/2017), quando o número era 35,2 milhões.

Noutros indicadores, o relatório refere que o Estádio do Dragão (50033 lugares) tem uma taxa de utilização de 85% e que o clube tinha, a 1 de janeiro de 2019, seis milhões de seguidores nas redes sociais. No plantel, avaliado em 232 milhões de euros, os mais valiosos são Alex Telles (25 milhões), Marega (24) e Brahimi (22).

O "The European Champions Report 2019" refere ainda que os principais clubes europeus estão a aumentar as receitas operacionais, apesar do crescimento dos custos com pessoal. Para este fator muito contribui a expansão das atividades comerciais. Este último campo é o mais relevante para seis dos clubes analisados. FC Porto e Juventus são exceção, mas registaram um crescimento homólogo deste indicador de 43% e 21%, respetivamente.

Ainda tendo em conta dados de 1 de janeiro de 2019, o Manchester City tem o plantel mais valioso dos oito campeões, avaliado em 1.182 milhões de euros. Nos jogadores, Neymar é o mais valioso (229 milhões), seguido de Mbappé (215) e Messi (203). Cristiano Ronaldo não está na lista, visto que o Real Madrid não se sagrou campeão espanhol em 2017/2018.

O relatório refere ainda que o 11 mais valioso entre os oito campeões é: ter Stegen (Barcelona); Jordi Alba (Barcelona), Umtiti (Barcelona), John Stones (Manchester City) e Kimmich (Bayern Munique); Coutinho (Barcelona), Pjanic (Juventus) e De Bruyne (Manchester City); Neymar (Paris Saint-Germain), Messi (Barcelona) e Mbappé (Paris Saint-Germain).