Drama, tragédia e ressureição de Degenkolb no Tour

Alemão Degenkolb recupera estatuto ao bater camisola amarela da Volta à França, Greg van Avermaet. Os trechos em "pavés" (empedrado no meio da terra) levaram ao chão favoritos como Froome e ao abandono Richie Porte
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Uma "mini-Paris Roubaix", mas para duros. Pior: para inquebráveis. Uma etapa todo-o-terreno com 15 trechos num total de 21,6 quilómetros de "pavés", empedrado coberto de terra, que criou nuvens gigantescas de trepidação, furos, quedas e pó. O caos, o drama e a tragédia. A etapa Arras de Citadelle - Roubaix (nordeste de França) foi não um desafio, mas uma provação para os ciclistas.

O drama para tubarões como Chris Froome (Sky), Dylan Groenewegen (LottoNL-Jumbo), Tejay van Garderen (BMC), Jakob Fuglsang (Astana), Rigoberto Urán (EF Education First), Mikel Landa (Movistar) e Romain Bardet (AG2R La Mondiale), todos eles envolvidos em quedas perigosas ou afetados por avarias mecânicas. Alguns deles, mais do que uma vez. Trágicas foram as quedas de Richie Porte (BMC) e José Joaquin Rojas (Movistar), que aos 10 quilómetros já não se puderam reerguer e deixaram o Tour.

Para Richie Porte é uma tragédia com tons de assombração: candidato à vitória, ou pelo menos ao pódio (após o 5.º lugar em 2016), o australiano abandona a Volta à França pelo segundo ano consecutivo à 9.ª etapa. As lágrimas caíram-lhe descontroladamente.

Um ambiente, terreno e condições ideais para a superação, ressurreição e glória de John Degenkolb (Trek-Segafredo), que em 2015 venceu as clássicas Milão - San Remo (Itália) e, a propósito, a Paris - Roubaix. Depois disso, em janeiro de 2016, a carreira do alemão esteve em risco, quando com mais quatro companheiros da equipa Giant-Alpecin, que então representava, teve um acidente que o deixou num estado físico calamitoso.

"Toda a gente disse que eu estava acabado. Mas não estou", diria, emocionado, logo após o final da tirada de 156 quilómetros. Degenkolb que teve a sabedoria de acompanhar Yves Lampaert (Quick-Step Floors) e o camisola amarela Greg van Avermaet numa fuga furiosa a 16 quilómetros da meta. Ganharam cerca de um minuto ao pelotão e nos últimos mil metros foram-se controlando. A menos de 300 metros da meta, o alemão iniciou um sprint que os dois belgas não puderam acompanhar.

No entanto, Van Avermaet capitalizou a empreitada ao distanciar-se da concorrência na geral, na véspera do primeiro dia de descanso e antes da aproximação à montanha. Na terça-feira, o perfil da etapa é de média montanha, com 159 quilómetros entre Annecy e Le Grand Bornand.

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