Best of do Mundial: da vitória dos franceses aos nervos de todos os adeptos

<i>Como todas as festas que chegam ao fim, o que fica não é só o triunfo de uma única seleção. São também todos os jogos que, no Terreiro do Paço, foram vividos como se fossem uma final</i>
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"Este é o dia que vamos recordar para sempre", grita eufórico Hector Girard, abraçando amigos, desconhecidos, rivais e todos os que lhe aparecem pela frente. E assim termina o campeonato do Mundo da Rússia. Os franceses venceram os croatas e são campeões. Et voilà! Não há mais nada para contar. O melhor que se leva deste Mundial é a glória de uma grande seleção que venceu tudo o que havia para vencer.

Para os franceses, a viver um momento histórico, a vitória pode ser o melhor deste Mundial, ninguém lhes tira essa conquista. Mas, como todas as festas que chegam ao fim, o que fica não é só o triunfo de uma única seleção. As finais, aliás, são ocasiões propícias para os flashbacks que concentram o melhor do melhor.

Não ver isso é esquecer, por exemplo, o golaço de Ronaldo contra a Espanha ao segundo dia, o penálti falhado de Messi ou até as quedas de Neymar. Dentro do campo, o melhor que se leva deste campeonato está longe de ser só o último dia. E fora do campo é a mesma coisa. Para quem assistiu tudinho até ao fim no Terreiro do Paço, em Lisboa, o melhor foram os gritos, os sustos, os nervos e as fezadas dos adeptos.

Foram até aqueles episódios que, à primeira vista, nada têm a ver com futebol. As despedidas de solteiros e de solteiras, que todos os santos dias deste campeonato apanharam bebedeiras de caixão à cova com os amigos. As entradas triunfais de quem se vestiu de verde e vermelho, como Aida Rodrigues, e que tanta sorte trouxe a Portugal para vencer a seleção de Marrocos. Ou até a ausência de Emanuel Freitas, que nesse dia ficou a trabalhar, mas enviou a mulher para sofrer pelos dois.

Foram ainda os adeptos como o belga Patrick, a porto-riquenha Cher e o sérvio Strahinja que enfrentaram os adversários do Brasil, sabendo à partida que estariam em minoria. Ou os iranianos, egípcios, australianos, peruanos e outros exotismos, que passaram pela Arena Portugal, mostrando que o turismo em Portugal não é só feito de espanhóis, ingleses, franceses e alemães. E foram ainda os torcedores como o português Gonçalo Graça ou o alemão Peter Ehrlic, que preferem morrer a trocar de clube, mas por amor, deixaram-se levar por outras seleções.

Mas, pronto, ninguém aqui quer ser desmancha-prazeres e, portanto, o melhor são os franceses. Foram eles que, no fim, conquistaram o direito a ter o último dia deste campeonato. "A festa vai durar até de madrugada", conta Eliott Legros. E, muito provavelmente, continuar até ao próximo Mundial.

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