Desportos
19 julho 2019 às 21h53

Argélia vence Taças das Nações Africanas. E há um campeão do Moreirense

Um golo aos dois minutos permitiu aos argelinos baterem o Senegal de Sadio Mané e voltarem a conquistar o troféu 19 anos depois de Madjer e companhia o terem feito. Halliche (Moreirense) não jogou mas também ergueu o troféu ao lado de Brahimi e Slimani.

Nuno Fernandes

A Argélia sagrou-se esta sexta-feira campeã africana de futebol, ao bater na final da Taça das Nações Africanas (CAN) o Senegal, por 1-0, num jogo realizado no Cairo, Egito. Foi o segundo título da história do país, cuja última conquista tinha acontecido há precisamente 29 anos, quando a jogar em casa bateram a Nigéria (1-0), numa seleção que tinha como principais referências Rabah Madjer (ex-jogador do FC Porto) e Djamel Menad (ex-Famalicão e Belenenses).

Com o ex-portista Brahimi, o ex-sportinguista Slimani e Halliche (Moreirense) de início no banco de suplentes (os dois primeiros entraram na segunda parte), a equipa treinada por Djamel Belmadi, nascido em França, mas com raízes africanas, colocou-se em vantagem logo aos dois minutos, um golo pouco comum, já que a bola bateu no defesa Salif Sané após remate de Bounedjah à entrada da área, e descreveu um enorme balão que traiu o guarda-redes senegalês Gomis, que estava adiantado. No segundo tempo, aos 60', o árbitro apitou penálti a favor do Senegal, por braço na bola de Guedioura. Mas consultado o VAR e visionadas as imagens, o juiz voltou atrás na decisão, o que motivou forte protesto da parte dos adeptos e jogadores senegaleses.

Nesta sexta-feira, horas antes do jogo, o plantel e a estrutura do Moreirense gravaram um vídeo que colocaram nas redes sociais a desejar boa sorte a Rafik Halliche. "Grande Rafik, estamos todos contigo. Queremos dar-te aquela força que precisas. Todos juntos somos mais fortes, queremos essa vitória e não te esqueças que o prémio é para dividir por todos", brincou o capitão João Aurélio.

Halliche, 32 anos, apenas participou num jogo nesta edição da CAN, precisamente o primeiro, na fase de grupos, na vitória por 3-0 sobre a Tanzânia, quando foi titular e alinhou os 90 minutos. O defesa africano foi contratado pelo clube de Moreira de Cónegos na época passada (realizou 23 jogos e marcou um golo). Antes, em Portugal, tinha representado o Estoril (2017-18), a Académica (2012-14) e o Nacional (2007-09), clube onde esteve cedido pelo Benfica, onde nunca chegou a jogar apesar de ter contrato.

Em três finais da prova, os argelinos venceram duas. Além das conquistas de 1990 e desta sexta-feira, a Argélia já tinha chegado à final da CAN em 1980, mas na altura perdeu o jogo decisivo por 3-0 com a Nigéria. Já o Senegal disputou a segunda final do seu historial e voltou a perder - a anterior tinha sido em 2002, quando foram derrotados pelos Camarões no desempate por grandes penalidades.

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As duas seleções tinham uma longa história de confrontos e a lógica acabou por imperar, já que nos 22 encontros anteriores, o Senegal apenas tinha ganho quatro (houve ainda seis empates e 12 derrotas). Curiosamente, as duas equipas tinham-se defrontado na fase de grupos, numa partida que também terminou com o triunfo dos argelinos por 1-0.

Com o triunfo na final desta sexta-feira, a Argélia 'apanhou' a República Democrática do Congo e a Costa do Marfim no lote de seleções com dois troféus na prova. O país mais titulado é o Egito (venceu sete vezes a CAN), seguido dos Camarões (cinco) e do Gana (quatro).