Gozo ou gesto político? O festejo de Alex Morgan que deixou os ingleses furiosos
A equipa de futebol feminino dos Estados Unidos está na final do Mundial da modalidade, depois de na terça-feira ter eliminado a Inglaterra nas meias-finais, por 2-1. O feito das jogadoras norte-americanas, que estão pela quinta vez na final do torneio, mereceu elogios, mas também foi alvo de duras críticas por parte dos ingleses pela forma como Alex Morgan festejou o segundo golo.
Aos 31 minutos, numa altura em que o jogo estava empatado a um golo, Alex Morgan, uma das grandes estrelas da equipa norte-americana, marcou o segundo golo dos EUA na sequência de um cabeceamento. Levantou os braços, deu uns passos, parou e simulou com um gesto que estava a beber um chá.
O festejo de Morgan foi mal recebido pelos ingleses, que interpretaram o gesto da jogadora como um sinal de gozo à cultura britânica. Através das redes sociais, o conhecido apresentador de televisão Piers Morgan qualificou o gesto como uma... "declaração de guerra", enquanto outros interpretaram a celebração como o assinalar da independência dos Estados Unidos, uma referência à Revolta do Chá, de 1773, em Boston, o tiro de partida para uma revolução que culminaria com a independência dos Estados Unidos, em 1776.
Logo no final do jogo, a internacional inglesa Lianne Sanderson, que joga na Juventus, apontou o dedo à jogadora dos EUA. "Até podia esperar que a Alex Morgan marcasse um golo, mas não fiquei nada contente com a celebração que fez. Posso estar enganada, mas ela estava a gozar com o facto de nós, ingleses, preferirmos o chá. É algo que faz parte da cultura do nosso país e por isso acho que foi um festejo desagradável", referiu.
Para alimentar ainda mais a polémica, a federação de futebol dos EUA colocou um tweet na rede social com o seguinte comentário: "Número 13 no seu dia de aniversário [fez ontem 30 anos]. Em honra das 13 colónias. Esse é o chá. Vamos, Morgan, que dia de aniversário."
No final do jogo, confrontada com a polémica que o seu gesto estava a gerar, a própria Morgan deu uma satisfação, minimizando o caso. "Queria manter o interesse. A Megan Rapinoe [falhou o jogo por lesão] costuma fazer as melhores celebrações e com o meu festejo quis apenas manter o interesse", explicou.
Nesta edição do Mundial não é a primeira vez que as norte-americanas estão debaixo de fogo devido aos festejos dos golos. Na goleada por 13-0 à Tailândia, Hope Solo, antiga guarda-redes da seleção americana, criticou a forma abusiva como foram festejados alguns golos.
"Foi duro assistir a algumas comemorações de golos das jogadores dos EUA tendo em conta o resultado. Queremos celebrar e ver as jogadoras a divertirem-se, mas ao mesmo tempo acho que algumas comemorações passaram dos limites", escreveu Hope Solo na sua coluna no jornal The Guardian.