Yelena Isinbayeva quer investigação de doping à escala mundial

Isinbayeva considera que limitar as investigações à Rússia é "um ato político"
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A antiga atleta russa Yelena Isinbayeva admitiu hoje que o seu país "está gangrenado" pelo uso de doping, mas defendeu um alargamento mundial das investigações por utilização de substâncias proibidas.

"Mandar embora pessoas que estiveram envolvidas é uma excelente medida, mas concentrar as investigações num único país é um ato político", afirmou Yelena Isinbayeva, numa entrevista ao jornal francês L'Équipe.

Na sexta-feira, foi divulgado na íntegra o relatório elaborado pelo jurista canadiano Richard McLaren, que denunciou um programa institucionalizado de dopagem na Rússia, que implicou cerca de 1.000 atletas em práticas de dopagem nos Jogos Olímpicos de verão Londres2010 e de inverno Sochi2014.

Sem colocar em causa as conclusões do relatório, Yelena Isinbayeva afirmou, no entanto, que o documento fala de provas, mas não as apresenta.

A antiga saltadora disse não acreditar que exista uma conspiração contra a Rússia -- já defendida por Moscovo - e quer que a investigação se estenda a todo o mundo.

"Sou contra os batoteiros no desporto, mas não gosto de generalizações. Como posso deixar que falem de um sistema de doping generalizado se nunca fiz parte dele?", questionou a bicampeã olímpica de salto com vara.

Isinbayeva, que vai presidir ao conselho de supervisão da Agência Antidopagem da Rússia (RUSADA), foi impedida de participar nos Jogos Olímpicos Rio2016 pela Associação Internacional das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF) devido às conclusões do 'relatório McLaren', tal como todos os atletas do seu país.

Yelena Isinbayeva, que em agosto anunciou a retirada da competição, vai liderar uma comissão de nove pessoas, encarregada de "limpar" a imagem da Rússia, abalada por vários escândalos de doping nos últimos dois anos, e considerou essencial que os culpados sejam castigados.

"Sim, estou furiosa, por causa de alguns espalhou-se uma sombra sobre todo o desporto russo", disse, admitindo que agora o seu próximo desafio será conseguir a recuperação da licença da RUSADA.

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