Vouchers voltam a abrir guerra entre rivais
Benfica garante que a UEFA arquivou a queixa feita pelo Sporting. Leões já recorreram e dizem que o caso não é bem assim
O Benfica anunciou ontem que o Comité de Disciplina da UEFA arquivou a queixa feita pelo Sporting no caso dos vouchers oferecidos pelos encarnados aos árbitros. Na parte do acórdão a que o DN teve acesso, o organismo refere que as ofertas podem ser enquadradas nas boas práticas de hospitalidade e que o clube da Luz não terá violado nenhuma regra de bom comportamento. Em jeito de conclusão, o CD da UEFA considera que, "após uma avaliação cuidadosa da queixa, os relatores nomeados chegaram à conclusão de que não deve ser aberto um processo disciplinar e que a queixa deve ser devolvida ao queixoso", ou seja, ao Sporting.
Os leões têm uma argumentação diferente. Fonte do Sporting disse ao DN que a resposta da UEFA foi enviada há duas semanas para os clubes e que o organismo não arquivou o caso, simplesmente não abriu um processo disciplinar em Nyon porque a situação está a ser analisada pelas instâncias desportivas portuguesas - Tribunal Arbitral do Desporto. Os leões entendem que uma coisa não implica a outra e por isso apresentaram recurso já na semana passada - tinham cinco dias para o fazer.
As denúncias foram feitas em 2015 numa entrevista de Bruno de Carvalho à TVI24, quando referiu que o Benfica fazia ofertas de cortesia a equipas de arbitragem - uma camisola do clube e um voucher de jantar para quatro pessoas na Catedral da Cerveja ou no Museu da Cerveja - em todos os jogos que poderiam atingir um valor global por época a rondar os 250 mil euros.
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Em janeiro, no âmbito da justiça desportiva, a Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga anunciou o arquivamento do processo decorrente das afirmações do presidente do Sporting sobre as ofertas do Benfica a árbitros. Os leões, contudo, recorreram desta decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto. Mais recentemente, em outubro, foram feitas buscas na SAD do Benfica, com vista à recolha de provas para um processo dirigido pelo Ministério Público - DIAP de Lisboa. Neste caso, ainda não são conhecidas quaisquer decisões.