Vítor Bruno defende que o nível de exigência no FC Porto "tem de ser altíssimo e também se educa"
FORO: José Carmo

Vítor Bruno defende que o nível de exigência no FC Porto "tem de ser altíssimo e também se educa"

O treinador do FC Porto chamou a atenção para a visita a Famalicão, que se encontra numa fase difícil da temporada. "Temos de dar uma resposta forte", frisou.
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A edição 2024/25 da I Liga será decidida além dos encontros entre os habituais candidatos ao título, admitiu esta sexta-feira o treinador do FC Porto, Vítor Bruno, na véspera da visita ao Famalicão, da 13.ª jornada.

"O campeonato não se vai decidir apenas no confronto entre 'grandes'. A época passada diz-nos isso e, por isso, todo o cuidado é pouco. Há que estar muito atentos perante um adversário com bons jogadores e um plantel muito valioso. Há dois meses, falávamos de uma realidade diferente e perguntávamos como o FC Porto ia parar o Famalicão, que estava a ser fortíssimo em casa. O ciclo recente não nos diz isso, mas as equipas têm de saber conviver com esses cenários e dar uma resposta forte", apontou, em conferência de imprensa.

Os 'dragões' voltaram aos triunfos na jornada anterior, ao baterem em casa o Casa Pia (2-0), após quatro jogos sem vencer em diferentes provas, e podem alcançar o líder isolado Sporting, derrotado na quinta-feira no terreno do Moreirense (2-1), na abertura da ronda.

"O nível de exigência tem de ser altíssimo e também se educa. Este desafio é mais uma oportunidade para somar três pontos e coincide com a possibilidade de nos colarmos ao primeiro classificado. Queremos encará-lo de forma séria, competitiva e ambiciosa, mas desconfiando de um adversário com um novo técnico, que dará uma injeção emocional e pode levar os seus jogadores para outros patamares de rendimento", alertou Vítor Bruno.

O Famalicão ainda não oficializou a desvinculação com Armando Evangelista, mas deve ser comandado no banco de forma interina pelo antigo defesa central internacional cabo-verdiano Ricardo Silva, que foi capitão dos minhotos e é adjunto do clube desde 2021/22.

"Dez dos 18 clubes da I Liga já mudaram de treinador. Essa alternância não ajuda nada as equipas a crescerem dentro das ideias que os treinadores querem passar nem a manter níveis de consistência altos para se baterem de igual para igual com adversários de outro potencial", avaliou, admitindo uma "grande dose de incerteza na preparação" deste jogo.

O FC Porto procura inverter em Vila Nova de Famalicão um ciclo de quatro partidas sem ganhar como visitante, que ditaram a sua pior série de resultados desde fevereiro de 2021.

Entre 07 e 28 de novembro, o conjunto de Vítor Bruno perdeu nas visitas aos italianos da Lazio (2-1), da quarta jornada da fase de liga da Liga Europa, ao Benfica (4-1), da 11.ª ronda do campeonato, e ao Moreirense (2-1), da quarta eliminatória da Taça de Portugal, seguindo-se um empate na casa dos belgas do Anderlecht (2-2), para a quinta jornada da segunda competição continental de clubes da UEFA.

"Os últimos quatro jogos fora não foram bem-sucedidos, mas a história foi diferente em todos. Em Itália, o resultado é perfeitamente injusto. Na Bélgica, tínhamos o jogo no bolso e deixámo-lo cair. Em Moreira de Cónegos, com todo o respeito, o Moreirense não fez por ter vencido. O único jogo que perdemos bem foi com o Benfica e há que assumi-lo sem rodeios", lembrou.

O médio defensivo argentino Alan Varela está de regresso às opções de Vítor Bruno, após ter cumprido suspensão frente ao Casa Pia, numa 'baixa' colmatada por Fábio Vieira, que acompanhou o canadiano Stephen Eustáquio e o espanhol Nico González na zona intermediária.

"Conhecemos bem o Eustáquio, que tem essa capacidade de aglutinar as pontas soltas. O Alan Varela também é um dos capitães de equipa e tem muita qualidade. Podem jogar os dois ou só um. Não vamos desvendar muito do que pode acontecer, sabendo que, tendo o Varela de volta, é uma solução de total conforto e não um problema", finalizou Vítor Bruno.

O FC Porto, segundo classificado com 30 pontos, visita o Famalicão, oitavo classificado com 17, no sábado, às 20:30, no Estádio Municipal de Famalicão, em encontro da 13.ª jornada da I Liga, sob arbitragem de Luís Godinho, da associação de Évora.

Vítor Bruno expectante pelo contexto competitivo

Vítor Bruno mostrou-se expectante pelo contexto competitivo do renovado formato do Mundial de clubes de futebol de 2025, no qual os 'dragões' serão um dos representantes portugueses, a par do Benfica.

"Veremos em que condições as equipas vão lá chegar e se vão ou não adulterar o grande objetivo de uma competição desta dimensão. É preciso perceber muito bem como é que as equipas se vão posicionar e, sobretudo, os atletas, porque são eles que jogam, andam e correm", afirmou.

"A saúde dos jogadores também está em jogo. Eles vão privar-se do lado familiar, numa fase em que precisam desse lado mais socio-afetivo e de perceber quem está perto de si naqueles momentos. Vamos ver até que ponto esta competição vai ser levada com a coragem que deve existir numa dimensão desta natureza", prosseguiu.

O FC Porto, que estava no pote 2, estreia-se no Mundial frente ao bicampeão brasileiro Palmeiras, treinado pelo português Abel Ferreira, seguindo-se embates com os norte-americanos do Inter Miami, do 'astro' argentino Lionel Messi, e o bicampeão egípcio Al-Ahly, vencedor da Liga dos Campeões africanos em 2023/24.

"São equipas de continentes diferentes e com jogadores que só pelo nome criam alguma vontade de os defrontar. Honra-nos muito estar presente neste certame. Estamos a falar dos grandes clubes do mundo e percebo a curiosidade, mas a minha grande preocupação é sobre que tipo de 'Messis' vão estar amanhã [no sábado, em Vila Nova de Famalicão]", atirou.

O Mundial de clubes, disputado pela primeira vez numa periodicidade quadrienal e por 32 equipas, divididas em oito grupos de quatro cada, com as duas primeiras a seguirem para os oitavos de final, decorre entre 15 de junho e 13 de julho de 2025, nos Estados Unidos.

Para os emblemas europeus, a competição intercala o fim de 2024/25 com o início da pré-época de 2025/26 e traz um novo formato, que tem causado algumas críticas por parte de dirigentes, treinadores e jogadores, devido à sobrecarga competitiva numa só temporada.

"Cuidados físicos com o plantel? Neste momento, esse cenário não me preocupa, pois há muitas frentes com as quais nos temos de preocupar e faltam quase seis meses [até ao início do Mundial]", avaliou.

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