Vieira revoltado com processo de inquérito de que é alvo no Benfica. "É um ataque cobarde e manipulador"
Luís Filipe Vieira está "indignado" e "revoltado" com o processo de inquérito que está a ser alvo que lhe foi movido pelo Benfica para apurar responsabilidades numa alegada agressão a um sócio na Assembleia Geral do clube de 27 de setembro de 2019, que lhe pode valer, no limite, a sua expulsão de sócio.
O antigo presidente puxa dos galões de "mais de 20 anos de trabalho e conquistas, incontornáveis e inesquecíveis" ao serviço do clube para responder em jeito de ataque à atual direção: "Jamais permitirei ser usado como argumento expiatório de sucessivos fracassos desportivos e perdas patrimoniais e de credibilidade, que são a distinção que esta Direção, em final de mandato, tem para exibir."
Nesse sentido, diz que o processo de inquérito anunciado pela atual direção liderada por Rui Costa "é injusto e ilegal, desde logo pela longevidade dos factos", lembrando que "nos mais de 5 anos" desde os factos que lhe são imputados alguém o tenha "questionado, interpelado, denunciado ou responsabilizado".
Luís Filipe Vieira considera este este processo "uma autêntica fuga para a frente", bem como uma "fuga às responsabilidades, ao escrutínio da má gestão e ao debate esclarecido sobre o futuro" do Benfica.
O antigo presidente encarnado avisa entretanto aqueles que considera ser "os ideólogos" de um "ataque cobarde e manipulador" que irá "zelar pela defesa" do seu nome, acrescentando que irá pedir reuniões aos presidentes do Conselho Fiscal, da Direção e da Mesa da Assembleia Geral do Benfica "para obter esclarecimentos sobre o alegado processo de inquérito, sobre a sua génese, fundamentação e compatibilidade com os estatutos e a lei".
A terminar, após agradecer as mensagens de apoio que tem recebido, Vieira deixa em aberto uma eventual candidatura às eleições de 25 de outubro: "Saberei estar à altura do complexo momento que atravessamos e sei o contributo que posso dar para responder a mais este desafio, como sempre fiz."
Eis o comunicado da íntegra:
Tomei conhecimento, através de um comunicado do Sport Lisboa e Benfica, difundido no passado 22 de junho, que existe a intenção de me instaurar um processo de inquérito para apurar responsabilidades sobre acontecimentos que terão ocorrido na Assembleia Geral de 27 de Setembro de 2019.
É percetível pelo teor do comunicado e de notícias e comentários públicos que o envolveram, que eu sou o visado - no limite - para tramitar um processo que culmine na minha expulsão de sócio do Sport Lisboa e Benfica.
É neste contexto que venho manifestar, publicamente, a minha indignação e revolta.
Faço-o apenas hoje porque respeitei o momento competitivo que a equipa profissional de futebol protagonizou no campeonato mundial de clubes e que terminou nos oitavos de final da competição.
Faço-o como sócio a quem foi atribuída a distinção honorífica de “Águia de Ouro”, mas sobretudo na defesa de mais de 20 anos de trabalho e conquistas, incontornáveis e inesquecíveis, em prol do Sport Lisboa e Benfica.
Jamais permitirei ser usado como argumento expiatório de sucessivos fracassos desportivos e perdas patrimoniais e de credibilidade, que são a distinção que esta Direção, em final de mandato, tem para exibir. Ao contrário do que se observa no presente, posso invocar uma “obra” reconhecida pelos Benfiquistas; devolvi, em conjunto com uma equipa de trabalho competente e coesa, a respeitabilidade financeira, institucional e desportiva ao Sport Lisboa e Benfica. Atributos que voltam a estar em dúvida, nomeadamente com processos como este.
O processo de inquérito em causa é injusto e ilegal, desde logo pela longevidade dos factos, sem que nestes mais de 5 anos alguém me tenha questionado, interpelado, denunciado ou responsabilizado.
Todos compreenderão que este processo é uma autêntica “fuga para a frente”! Fuga às responsabilidades, ao escrutínio da má gestão e ao debate esclarecido sobre o futuro do Sport Lisboa e Benfica.
Questiono, então, a Direção promotora deste triste processo e principalmente o seu presidente, mas também todos os sócios do Sport Lisboa e Benfica: 1) a quem serve este processo de inquérito? 2) quem são os seus reais promotores? 3) que envolvimento existe por parte de titulares de outros órgãos sociais - Mesa da Assembleia Geral, Conselho Fiscal, Plenário dos Órgãos Sociais, Presidente do Sport Lisboa e Benfica?; 4) qual a fundamentação jurídica do aproveitamento de factos ocorridos em 2019 para um processo de inquérito de intuito claramente persecutório contra um ex-Presidente do Sport Lisboa e Benfica? 5) estarão a ser respeitados os estatutos, quanto ao respeito pelas competências e poderes dos vários órgãos do Clube e na sua separação institucional com a Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD?
Afirmo publicamente e garanto especificamente aos “ideólogos” deste ataque cobarde e manipulador que vou zelar pela defesa do meu nome, passado e presente associativo no Sport Lisboa e Benfica e no Desporto em Portugal. Podem contar com isso!
É neste propósito que, enquanto sócio na plenitude dos seus direitos e poderes, irei pedir reuniões aos Presidentes do Conselho Fiscal, da Direção e da Mesa da Assembleia Geral, para obter esclarecimentos sobre o alegado processo de inquérito, sobre a sua génese, fundamentação e compatibilidade com os estatutos e a lei.
Aos milhares de sócios que me têm manifestado apoio e solidariedade, a partir de diversos pontos de Portugal e do Mundo, agradeço e afirmo que saberei estar à altura do complexo momento que atravessamos e sei o contributo que posso dar para responder a mais este desafio, como sempre fiz. Pelo Sport Lisboa e Benfica!
30 de Junho de 2025
Luís Filipe Vieira