Verstappen ganha no Japão e renova título mundial

O piloto neerlandês conseguiu vencer no Japão e renovar o título de campeão do mundo de Fórmula 1.

O piloto neerlandês Max Verstappen (Red Bull) venceu este domingo o Grande Prémio do Japão de Fórmula 1 e conquistou o segundo título mundial devido a uma penalização imposta a Charles Leclerc (Ferrari) após a corrida.

Numa prova reduzida a menos de uma hora, devido à chuva que se abateu sobre Suzuka, Verstappen conseguiu efetuar 28 das 53 voltas antes de esgotado o tempo limite para a conclusão da corrida (três horas).

O neerlandês terminou o GP do Japão com 26,763 segundos de vantagem para Leclerc e 27,066 para o mexicano Sérgio Pérez (Red Bull), que acabou promovido a segundo por troca com o monegasco depois de o piloto da Ferrari ser penalizado em cinco segundos por cortar caminho na penúltima curva da corrida, quando se defendia de Pérez.

Com esta 12.ª vitória da temporada em 18 corridas, Verstappen chega aos 366 pontos, mais 114 do que Pérez, quando há 112 em disputa nas quatro provas ainda por realizar.

Recordes na mira de Mad Max

Max Verstappen mostrou este domingo que caminha rumo à galeria dos heróis da Fórmula 1 ao confirmar o segundo título mundial consecutivo, numa temporada mais 'Max' do que 'Mad'.

Com 12 vitórias em 18 corridas já disputadas este ano, o piloto da Red Bull, conhecido por 'Mad Max', numa referência à personagem do ator Mel Gibson no filme homónimo, mostrou-se mais maduro e dominador desportivamente do que em 2021, ano em que arrancou o título a 'ferros', num duelo intenso com o britânico Lewis Hamilton (Mercedes) até à última prova da temporada.

Conhecido pelo seu caráter intempestivo dentro de pista, Verstappen foi já apontado pelo antigo patrão da Fórmula 1, o britânico Bernie Ecclestone, como "a melhor coisa que aconteceu à modalidade nos últimos anos".

O neerlandês já tinha sido o mais novo de sempre a competir na categoria rainha do desporto automóvel, antes mesmo de ter idade para ter a carta de condução.

Filho de um antigo piloto, Jos Verstappen, Max tornou-se este domingo num dos campeões mais precoces da Fórmula 1, deixando longe, no segundo lugar do Mundial, o monegasco Charles Leclerc (Ferrari).

Com esta conquista, o neerlandês igualou o britânico Nigel Mansell, ficando apenas atrás do alemão Michael Schumacher, que em 2002 assegurou o título a seis provas do final.

Desde cedo que o jovem Max entrou no mundo da competição, desde logo porque o pai tinha sido o mais bem-sucedido piloto dos Países Baixos até então.

Ser piloto de Fórmula 1 era "um sonho de criança", admitiu, no início da carreira.

Mas também a mãe competiu, com sucesso, em karts, modalidade em que o agora campeão se iniciou aos quatro anos de idade.

Aos 15, viria mesmo a sagrar-se campeão mundial em karting, demonstrando que a educação rígida que recebeu em casa estava a formar um piloto de elite.

A relação dura com o pai é um dos segredos mais mal-escondidos do 'paddock', e o próprio Max recordou, em 2019, à margem do GP da Rússia, um episódio em que o pai o abandonou numa bomba de gasolina, em Itália, depois de se ter despistado numa corrida "que deveria ter vencido facilmente", sendo que os dois estiveram a semana seguinte sem se falar.

É precisamente devido a essa pressão familiar que Max Verstappen não encontrou "surpresas na Fórmula 1", pois não houve "ninguém mais duro" consigo do que o próprio pai.

Gerindo a carreira do filho com mão de ferro, Jos Verstappen guiou o jovem Max à Fórmula 1 através da Toro Rosso, a equipa satélite da Red Bull, em 2015, iniciando um trajeto em que quebrou vários recordes de precocidade da modalidade.

Com 17 anos e 166 dias, tornou-se, no Grande Prémio da Austrália desse ano, no mais novo de sempre a participar a tempo inteiro no 'Grande Circo'.

Duas corridas mais tarde, na Malásia, foi o mais novo de sempre a pontuar, com 17 anos e 180 dias, ao ser sétimo classificado.

Em 2016, já com a temporada em curso, o ultra confiante e, por vezes, polémico piloto, que se define como neerlandês apesar de ter nascido na Bélgica, em Hasselt, foi promovido à equipa principal da Red Bull, substituindo o russo Daniil Kvyat. E, logo na corrida de estreia pela equipa, venceu o GP de Espanha, com 18 anos e 228 dias.

O sucesso de Max Verstappen na Fórmula 1 foi sendo construído à base de vários incidentes, muitos deles provocados pela impetuosidade em pista - acompanhado de uma honestidade 'crua' fora dela -, fenómeno que este ano esteve bastante mais controlado, o que se traduziu no domínio da temporada, em que leva já 12 vitórias nas 18 rondas disputadas e sem erros de monta a apontar.

Depois de dois terceiros lugares no campeonato, em 2019 e 2020, Verstappen, que cumpriu 25 anos na sexta-feira, conquistou o segundo título da sua carreira depois da vitória polémica de 2021, na última prova da temporada, em Abu Dhabi, frente a Lewis Hamilton.

O neerlandês, que em 2021 se tornou no 34.º campeão diferente e no quarto mais novo, atrás do alemão Sebastian Vettel, do próprio Lewis Hamilton e do espanhol Fernando Alonso, persegue, agora, outros recordes da modalidade.

Dono de uma personalidade vincada e pouco expansivo fora da pista, transfigura-se dentro do carro, tendo protagonizado ao longo da carreira diversos incidentes com outros pilotos.

"Eu entro no circuito e mudo a chave de modo calmo para agressivo", admitiu, em 2016, numa entrevista ao jornal brasileiro GloboEsporte.

Já em 2021, antes do Grande Prémio de Portugal, o mexicano Sérgio Pérez, seu companheiro de equipa na Red Bull, confessou-se "surpreendido" com a personalidade do neerlandês.

"A imagem que o Max tem é diferente de quem ele é como pessoa. Claro que ele quer ser muito rápido, é muito competitivo, mas tudo que se vê na comunicação social, eu ainda não vi. Para ser sincero, estou bastante impressionado nesse aspeto", confessou o mexicano.

Mas a Fórmula 1 está presente na vida do piloto de 25 anos também fora das pistas, pois desde o início de janeiro de 2020 que confirmou o namoro com a modelo brasileira Kelly Piquet, filha do antigo piloto e campeão mundial de Fórmula 1 brasileiro Nélson Piquet.

Avesso aos holofotes da fama, recusou participar no documentário 'Drive to Survive' da plataforma Netflix, por não gostar da forma como era retratado nas primeiras temporadas e ficar nervoso com a presença constante das câmaras durante os fins de semana de Grande Prémio.

"Normalmente, não sou alguém que gosta de ter câmaras por perto", admite.

Contudo, no final de 2020 viria a lançar o seu próprio documentário, 'Whatever It Takes', com a sua visão do campeonato.

Aos 25 anos, Max Verstappen encaminha-se para se juntar aos maiores nomes de sempre da Fórmula 1.

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