Um grande sofrimento com final feliz e lugar nos oitavos

Um grande sofrimento com final feliz e lugar nos oitavos

Benfica empatou sem golos com o Toulouse em França, num jogo onde só fez um remate enquadrado com a baliza e passou por um sufoco enorme na segunda parte.
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O Benfica, com uma exibição demasiado cinzenta, bem pode agradecer a Trubin, aos postes e à falta de pontaria dos jogadores do Toulouse, sobretudo na segunda parte, o empate sem golos que permitiu esta quinta-feira o apuramento para os oitavos de final da Liga Europa, valendo o 2-1 arrancado há uma semana na Luz para seguir em frente na prova - esta sexta-feira ao meio-dia vai conhecer o adversário no sorteio.

A segunda parte foi um autêntico sufoco para o Benfica, que praticamente só defendeu o resultado perante as sucessivas oportunidade de golo iminente dos franceses. Um sofrimento que só terminou quando o árbitro apitou para o final. 

Roger Schmidt fez quatro alterações ao onze que alinhou no último jogo com os franceses na Luz, com Bah e Morato a renderem Carreras e Aursnes nas laterais, e David Neres e Tengstedt a titulares em vez de Kokçu e Arthur Cabral. João Neves, que perdeu a mãe no último domingo, fez questão de estar presente e jogar.

O Benfica demorou a organizar-se na primeira parte, mostrando  nos primeiros 20 minutos muitas dificuldades na construção, não conseguindo tirar partido da velocidade de Rafa e Neres e da criatividade de Di María. Houve por isso mais iniciativa dos franceses que chegavam com facilidade à área benfiquista.

Só aos 24’ surgiu a primeira oportunidade para as águias, com Neres, após uma grande jogada na esquerda, a assistir Rafa, que atirou por cima. Os franceses  responderam, e uma brincadeira de Di María na área ia saindo cara, mas o cabeceamento de Dallinga saiu por cima.

Mesmo com Tengstedt completamente apagado no ataque, o Benfica organizou-se e nos dez minutos finais da primeira parte dispôs de duas boas ocasiões. Primeiro por Di María (34’), que em esforço não conseguiu dar o melhor seguimento a um cruzamento de Bah. E depois já nos descontos por António Silva, que isolado permitu a dedesa de Restes.

Sofrer, sofrer...

A segunda parte começou com uma alteração esperada, com Arthur Cabral a render o apagadíssimo Tengstedt, e Morato a dar o lugar a Álvaro Carreras. Mas  quando se esperava uma reação, aconteceu totalmente o contrário. Sobretudo pelas alas, o Toulou-se encostou literalmente o Benfica às cordas e as oportunidades de golo surgiram umas atrás das outras. 

Aos 55’ Spierings cabeceu ao lado; aos 65’ Dallinga de cabeça atirou a bola ao poste; aos 67’ uma defesa por instinto de Trubin impediu o golo de Spierings e na recarga Nicolaisen atirou ao lado.

O Benfica praticamente abdicou do ataque e apostou tudo no empate que lhe valia o apuramento. Mas passou por enormes sustos. Já com Aursnes em campo para tentar dar mais algum equilíbrio à equipa (ainda tentou a sorte do meio-campo, mas a bola passou ao lado), o Toulouse prosseguiu a sua marcha à procura do golo que empatava a eliminatória, ganhando cantos atrás de cantos.

E foi já nos descontos, quando o sufoco continuava, que Trubin voltou a vestir a pele de herói, a impedir o golo de  Vincent Sierro com uma defesa enorme. O apito final chegou e os jogadores do Benfica puderam finalmente respirar de alívio: estava garantida a sexta presença no top 16 da Liga Europa, após 2009/10, 2010/11, 2012/13, 2013/14 e 2018/19, tendo perdido as finais de 2013 e 2014.

A melhor prova do jogo apagado do Benfica está nas estatísticas: o Toulouse fez mais do dobro dos remates das águias (17, seis enquadrados), contra oito dos encarnados. O clube da Luz, aliás, terminou o jogo apenas com um remate à baliza dos franceses, por António Silva, ainda na primeira  parte. Uma exibição demasiado cinzenta, que apesar de tudo serviu os objetivos.

nuno.fernandes@dn.pt

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