UEFA ameaça tirar final a Londres e dar a Budapeste
E se a final do Euro 2020 não for em Londres? Segundo o jornal The Times, a UEFA ameaçou tirar o jogo decisivo a Wembley devido à restrições impostas pelo governo de Boris Johnson. Uma delas exige que os 2500 convidados façam quarentena. E, por isso, Budapeste, onde Portugal tem o seu quartel-general, emerge como possível palco alternativo da final.
O organismo europeu trabalha na possibilidade de conseguir uma exceção à lei atual no Reino Unido, que obriga a uma quarentena de dez dias a todas as pessoas que cheguem de zonas amarelas ou vermelhas.
A UEFA não comenta essa hipótese, mas diz-se "entusiasmada" com a possibilidade de aumentar em, pelo menos, 50% o público nos jogos da fase a eliminar em Wembley. O recinto londrino recebe três jogos da fase de grupos, com a autorização até 22 500 espectadores, que poderá aumentar para 45 mil nos dois dos oitavos de final, nas duas meias-finais e na final. Mas a UEFA quer mais gente no estádio com capacidade para 90 mil pessoas e por isso eleito para a final.
"Compreendemos as pressões que o governo enfrenta, mas esperamos poder chegar a conclusão satisfatória nas conversações que temos tido. Há sempre um plano de contingência, mas confiamos que a última semana se celebre em Londres", referiu o organismo, explicando que tal cenário de exceção implicaria que os adeptos ficassem no Reino Unido durante menos de 24 horas e em sistema de bolha, com os movimentos limitados aos transportes e a locais previamente autorizados.
Boris Johnson colocou água na fervura: "Faremos tudo o que devemos fazer para proteger o país da covid-19. É a nossa prioridade. Vamos falar com a UEFA e ver o que eles querem e ver se podemos fazer adaptações, mas a saúde pública continua a ser a prioridade", disse o chefe de governo britânico.
Segundo o The Times, Budapeste aparece como a solução perfeita se Londres não ceder. O Puskás Aréna é o único estádio do Europeu a aceitar 100% da lotação, algo que é do agrado da UEFA. No Hungria-Portugal estiveram mais de 55 mil nas bancadas, sendo que 4500 eram portugueses. Para entrar no recinto húngaro, além do bilhete de jogo (óbvio) foi preciso apresentar teste negativo à covid-19 ou o chamado atestado de vacinação, que foi passado com apenas uma dose da vacina tomada (tirando a da Jansen, todas exigem duas tomas).
Se se confirmar a mudança de palco, seria a segunda grande final europeia deste ano que trocava de cidade - a decisão da Liga dos Campeões, ganha pelo Chelsea ao Manchester City, era para ser em Istambul, mas acabou por se realizar no Porto já depois de falhar um acordo que permitiria fazer o jogo em Londres.