A Taça das Nações Africanas (CAN), competição que deixou desfalcados muitos clubes portugueses (são cerca de 30 os convocados), arranca amanhã na Costa do Marfim e termina a 11 de fevereiro, com a final a ser disputada no Estádio Alassane Ouattara, que também receberá este sábado o jogo inaugural entre a seleção anfitriã e a Guiné-Bissau. Além de vários jogadores que atuam em Portugal, três seleções são orientadas por portugueses - Egito (Rui Vitória), Nigéria (José Peseiro) e Angola (Pedro Gonçalves). Mas só o primeiro tem, no plano teórico, reais aspirações a ganhar o troféu..Os favoritos são os de sempre dos últimos anos. Marrocos, treinado por Walid Regragui, apesar de só ter ganho uma vez esta prova, chega embalado pela grande imagem deixada no Mundial do Qatar, o qual terminou no quarto lugar e deixou pela caminho seleções como Espanha e Portugal. Na equipa marroquina destacam-se, entre outros, jogadores como Achraf Hakimi (PSG), Mazraoui (B. Munique)ou Amrabat (Manchester United)..O Egito, treinado por Rui Vitória e que tem como grande estrela Mohamed Salah, do Liverpool, é o recordista de títulos da competição, o último ganho na edição de 2010. “O Egito faz parte do grupo de favoritos, não escondemos isso. Mas África tem seleções de altíssimo nível. As principais seleções do continente têm jogadores a disputar os cinco principais campeonatos mundiais. Prometemos trabalhar duro e estamos muito confiantes”, referiu o antigo treinador do Benfica. .Outro dos principais candidatos é a seleção do Senegal, que venceu a última edição e é composta por vários jogadores que atuam nas ligas inglesa e francesa, casos de Ballo-Touré (Fulham), Niakhaté e Kouyaté (Nottingham Forest), Sarr (Tottenham) ou Ndiaye (Marselha). A grande figura, porém, continua a ser Sadio Mané, colega de equipa de Cristiano Ronaldo no Al Nassr da Arábia Saudita..Há depois um conjunto de seleções num patamar de favoritismo imediatamente abaixo, onde se inclui a Nigéria liderada por José Peseiro. “Quando assinámos pela Nigéria, o objetivo era puramente desportivo. Por isso, assinámos só até ao fim do CAN. Queríamos apurar-nos e fizemo-lo. Agora queremos ganhar o CAN. Mas não somos os principais favoritos, isso de certeza absoluta” admitiu o antigo técnico de Sporting e FC Porto ao portal zerozero..A grande estrela da equipa é Victor Osimhen, avançado do Nápoles, num conjunto onde consta ainda o portista Zaidu, os boavisteiros Onyemaechi e Chidozie, além de Samuel Chukwueze (AC Milan) ou Alex Iwobi (Fulham)..Neste mesmo patamar da Nigéria encontram-se as seleções da Costa do Marfim (liderada por Jean-Louis Gassetonde e onde está o sportinguista Diomande), Camarões, Gana e, claro, a Argélia, todas equipas com historial na prova..Angola e outros lusófonos.Pedro Soares Gonçalves é o outro técnico português à frente de uma das seleções em prova, neste caso de Angola. “Vamos procurar fazer aquilo que nunca foi feito. Angola nunca conseguiu ganhar dois encontros numa fase final do CAN. Não vamos pensar nas diferentes fases da prova, mas sim no nosso histórico como meta”, colocou como objetivo o técnico de 47 anos..Os quatro jogadores da seleção angolana que atuam em Portugal são Kadú (Oliveira do Hospital), Kialonda Gaspar e Manuel Keliano (Estrela da Amadora) e Beni Mukendi (Casa Pia). Ausente, por opção do jogador, ficou Hélder Costa, antigo avançado do Wolverhampton, Valência, Leeds, e ainda o ex-sportinguista Ary Papel..As seleções lusófonas vão ter tarefa uma complicada para passarem a fase de grupos, com Cabo Verde a ser, em teoria, o mais forte candidato a seguir para os oitavos de final - surge como a seleção de língua portuguesa mais bem colocada no ranking mundial da FIFA, na 73.ª posição, seguida de Guiné-Bissau (103.ª), Moçambique (111.º e onde atua o sportinguista Geny Catamo) e Angola (117.ª). Refira-se que Cabo Verde e Moçambique integram o Grupo B..nuno.fernandes@dn.pt