Super João Mário comanda águia em vitória bem tranquila
Médio do Benfica já é o melhor marcador do campeonato, com os mesmos 12 golos de Gonçalo Ramos e Fran Navarro, tendo sido a figura de uma partida em que o Casa Pia não confirmou o estatuto de "equipa revelação".
O Benfica continua imparável na I Liga, tendo ontem derrotado na Luz o Casa Pia, por 3-0, esperando agora tranquilamente pelos resultados dos jogos de hoje dos seus perseguidores mais próximos: o FC Porto, a 11 pontos (mas com menos dois jogos), recebe o Vizela (18.00), enquanto o Sp. Braga, a 13 pontos (igualmente com menos duas partidas disputadas), defronta o Famalicão (15.30), também na condição de visitado.
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Antes do apito inicial, houve homenagem a André Almeida no relvado. O jogador de 32 anos, que rescindiu contrato com os encarnados, teve direito a um abraço do presidente Rui Costa e a guarda de honra por parte da equipa, com todos os troféus conquistados durante a sua carreira no clube. Uma despedida festiva, a contrastar com os assobios que recebeu em boa parte das suas últimas aparições de águia ao peito, na temporada transata.
A grande novidade nos convocados das águias para este desafio foi a presença de Rafa no banco dos suplentes (entraria aos 86"), com Roger Schmidt a repetir o onze de Arouca. No centro da defesa, esteve como habitualmente o capitão Otamendi, que cumpriu o jogo 150 na I Liga portuguesa (77 pelo FC Porto e 73 pelo Benfica).
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O Benfica começou a todo o gás e, logo no segundo minuto, João Mário teve boa oportunidade para inaugurar o marcador, mas atirou muito por cima, depois de belo trabalho de Gonçalo Guedes na esquerda. Esse lance parecia indiciar um domíno avassalador das águias, o que não se viria a confirmar nos minutos seguintes, pois apesar da sua superioridade não conseguiam aproximações com grande perigo à baliza de Ricardo Batista. Com exceção de um lance aos 20", no qual Gonçalo Guedes quase marcou de calcanhar, assistido por Bah, tendo valido a intervenção do guardião visitante.
O jogo estava interessante, pois o Casa Pia não se limitava a defender e conseguia algumas progressões no último terço do terreno, com Godwin, Romário Baró e Afonso Taira em plano de destaque. E foi curiosamente no seu pior momento que o Benfica chegou ao golo: grande abertura de Grimaldo para David Neres, com este a assistir João Mário para uma entrada de rompante do médio, a fuzilar Ricardo Batista com o pé direito. Pouco depois, num lance semelhante, João Mário bisou (desta vez assistido por Grimaldo) e chegou a incríveis 12 golos no campeonato (16 no total da temporada), sendo o melhor marcador da principal competição nacional, em igualdade com o seu colega Gonçalo Ramos e com o gilista Fran Navarro. João Mário, recorde-se, já tinha marcado por duas vezes em Arouca, na última terça-feira, bisando assim em dois encontros seguidos pela primeira vez na carreira. E, curiosamente, já marcou mais ao serviço do Benfica (19 golos) do que nos outros clubes portugueses que representou (16 vezes no Sporting, 2 no Sporting B e 0 no V. Setúbal). Refira-se ainda que foi o décimo passe para golo em jogos oficiais para Neres, reforçando o estatuto de melhor assistente da equipa, com Grimaldo a surgir logo a seguir, com oito.
No recomeço, Filipe Martins, técnico do Casa Pia, fez dupla alteração, com Clayton e Soma a renderem Rafael Martins e Cuca. Os visitantes subiram um pouco no terreno, mas o Benfica continuou a dominar por completo, merecendo destaque as boas exibições de Chiquinho - num registo diferente de Enzo Fernández, a verdade é que a ausência do argentino até nem se tem notado por aí além - e de David Neres, com o brasileiro a parecer apostado em voltar às grandes exibições do início de época.
O Benfica dominava a seu bel-prazer, perante um Casa Pia que até passou a estar sem Godwin, o seu melhor jogador, ontem muito apagado e rendido aos 71". E foi sem surpresa que chegou ao 3-0, por Bah, através de um remate de fora da área, com a bola a desviar num adversário e a trair Ricardo Batista.
A Luz quase veio abaixo com o regresso de Rafa, aos 86". Na primeira vez em que esteve em ação, o avançado esteve perto de fazer o 4-0, resultado que se ajustava mais face ao que se passou, tal a diferença entre o líder e a equipa-sensação da I Liga, que desta vez, com muita culpa do Benfica, fez falta de comparência.
dnot@dn.pt