Sousa caiu mas o resto da armada fez história

O melhor tenista português foi outra vez eliminado na estreia do torneio. Os outros quatro lusos continuam em prova
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Portugal fez história ao colocar quatro dos cinco tenistas do quadro principal na segunda ronda do Estoril Open, graças aos triunfos de Gastão Elias (joga hoje com Almagro, o vencedor de 2016), Frederico Silva, João Domingues e Pedro Sousa. Estes três últimos conseguiram mesmo a primeira vitória num torneio ATP e o melhor resultado das respetivas carreiras. Um feito inédito do ténis português que até podia ser ainda maior, não fosse o melhor jogador nacional, João Sousa, ter sido eliminado na estreia.

Sousa bem tentou ontem resistir às investidas do norte-americano Bjorn Frantangelo, mas acabou eliminado por 3-6 e 4-6. Um jogo quase sem história, não fosse ser a terceira vez que o tenista de Guimarães foi eliminado na estreia do open português e de o seu carrasco ser um qualifier, número 133 da lista mundial. Uma derrota que só tem paralelo com a sofrida em fevereiro, no Brasil, frente a Carballes Baena, 132 do ranking.

Com este resultado desfavorável, o melhor jogador português continua sem vencer no Estoril Open, depois de em 2015 ter sido eliminado por Rui Machado e no ano passado por Nicolas Almagro. "Vou ser sincero, este torneio é muito especial para mim", começou por dizer o vimaranense de 28 anos. "Dei tudo por tudo para tentar mudar o rumo dos acontecimentos mas não estive à altura do desafio. Sou o primeiro a querer jogar bem, a querer fazer bons resultados, mas sinceramente não estou muito preocupado em ter perdido três ou quatro vezes à primeira neste torneio", acrescentou.

Longe do seu melhor, o número um nacional apresentou-se nervoso e a cometer erros, uns forçados outros nem por isso, que o chegaram a irritar. Foi visível a frustração de Sousa à medida que o qualifier de 23 anos amealhava pontos. O português, que chegou a salvar seis match points, acordou tarde e foi o primeiro dos cinco tenistas nacionais a despedir-se do torneio.

Sousa foi mesmo o único a quebrar a onda dos excelentes resultados dos portugueses. "Fico triste, porque as pessoas estiveram até ao último ponto a puxar por mim e a dar-me todo esse carinho, e não consegui corresponder. Mas acho que as pessoas estão conscientes de que sou o primeiro a querer vencer. Acredito que algum dia vou jogar bem", afirmou, o número 36 mundial, que segue agora para o Masters 1000 de Madrid.

Sensacional Domingues

João Domingues quer continuar a dar asas ao sonho! Depois de passar pelo qualifying e ter conquistado um lugar num quadro principal de um torneio ATP, pela primeira vez na carreira, o jovem tenista de Oliveira de Azeméis obteve ontem a maior vitória de sempre, ao vencer Kyle Edmund, 41.º do ranking mundial. Na segunda ronda, já hoje, o português irá defrontar o experiente sul-africano Kevin Anderson, de 30 anos, que eliminou o italiano Savatore Caruso.

Ontem, Domingues chegou a estar a perder por 5-2, mas deu a volta e venceu por 7-6, depois de um triunfo esclarecedor no super tiebreak (7-2). Uma recuperação feita com a ajuda do poder da mente. "Tenho feito muitos terceiros sets. E já consegui por várias vezes dar a volta. Estava a falar para mim mesmo que se consegui outras vezes porque não hei de conseguir agora? Consegui agarrar-me ao jogo, jogar bem os pontos importantes e depois, quando dei por mim, fui capaz de dar a volta e estar por cima do encontro", explicou Domingues, "nada surpreendido" com o seu bom desempenho.

A fechar o dia, mais uma boa surpresa para o ténis português. O francês Paul-Henri Mathieu desistiu, após ganhar um set (6-3) e perder outro (6-4) e colocou Pedro Sousa na segunda ronda do torneio. As razões da desistência do tenista gaulês não eram conhecidas ao fecho desta edição, mas o lisboeta de 28 anos alcançou assim, e pela primeira vez, a segunda ronda de um torneio ATP. Na próxima ronda, o número 172.º do ranking mundial vai defrontar Gilles Muller.

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