Sete duelos para desbloquear o clássico que pode resolver o título

Da baliza ao ataque, sem esquecer as armas secretas que os treinadores costumam utilizar quando o resultado não está de acordo.
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Em baixo são analisados sete duelos que podem ajudar a perceber por que razão as duas equipas estão separadas na classificação por um escasso ponto. Numa primeira impressão dá para salientar que o FC Porto tem melhores indicadores defensivos, enquanto o Benfica parece uma equipa mais assertiva no último terço do terreno. Curioso é o duelo entre Cervi e Brahimi, dois extremos talentosos mas com características tão diferentes.

Há um dado a unir estes dois guarda-redes: Bruno Varela nunca perdeu com o FC Porto e o Benfica nunca derrotou Casillas. Se atentarmos nos números disponibilizados, reparamos que o espanhol ainda não sofreu qualquer golo de fora da área neste campeonato, ao passo que Bruno Varela encaixou dois - Fábio Espinho (Boavista) e Nathan (Belenenses) - e também que o veterano portista tem estado implacável nos duelos aéreos, sem dar qualquer hipótese nos 16 jogos realizados.

Os dois centrais escolhidos para a análise são reconhecidos pela impetuosidade, mas apesar de haver alguma similaridade nos dados, percebe-se que o brasileiro faz mais desarmes, interceções e ganha mais duelos aéreos do que o seu rival e colega de posição. Porém, perde a nível ofensivo, pois ambos têm os mesmos três golos mas Felipe tem mais 662 minutos (mais de sete jogos) jogados no campeonato. Incrível a curiosidade de quer um quer outro terem a mesma eficácia de passe: 93%.

Fejsa é o trinco declarado do Benfica, Sérgio Oliveira é o que há de mais parecido com o sérvio no onze do FC Porto, principalmente depois da lesão de Danilo. E os números refletem isso mesmo. O portista remata mais, faz mais passes para finalização (vulgo assistências) e, com essa maior liberdade ofensiva, não é de estranhar que já leve três golos na sua conta pessoal, ao passo que Fejsa, que ainda não se estreou a marcar, impera em ações de natureza defensiva, como desarmes e interceções.

Herrera e Pizzi desempenharam em boa parte deste campeonato a mesma posição no terreno: médio ofensivo atrás de dois avançados. Entretanto, Danilo lesionou-se e o mexicano já foi trinco e até ala direito; e Pizzi, com a alteração para 4x3x3, é interior direito - Zivkovic joga do outro lado. O transmontano tem melhores indicadores ofensivos (golos, assistências) mas perde para Herrera nas ações defensivas e também nas recuperações de posse. Vai ser um duelo curioso pois vão encontrar-se muitas vezes.

As equipas de futebol têm uma identidade assente na ideia de jogo e nas características dos seus jogadores. Os extremos-esquerdos Cervi e Brahimi são o espelho fiel de Benfica e FC Porto, respetivamente. O campeão exibe um estilo que envolve mais os seus jogadores, enquanto o dragão, sem perder a noção do coletivo, apela ao rasgo individual. Por isso, Brahimi tem mais do dobro dos golos e dos dribles efetuados por jogo, enquanto o argentino destaca-se pelos cruzamentos e passes para finalização.

Jonas é o melhor marcador da I Liga e a grande referência do ataque do Benfica. Aboubakar não é sequer o melhor marcador do FC Porto, mas tem sido o farol do setor ofensivo. Neste caso os números falam por si, se bem que o camaronês tem atenuantes, pois tem dividido sempre as despesas do ataque, enquanto Jonas, marcador oficial de penáltis do Benfica, joga desde novembro sozinho na frente. O camaronês é superior nos dribles eficazes e nos duelos aéreos, um dos pontos menos fortes de Jonas.

Têm sido os jokers de que Rui Vitória e Sérgio Conceição se lembram quando as coisas não estão a correr bem e, verdade seja dita, parecem separados à nascença. Soares marca a cada 96 minutos, Jiménez precisa de 111. Ainda assim, os números são tão equilibrados que é difícil argumentar que um tem sido mais influente do que o outro. Há diferenças de pormenor, quase invisíveis a olho nu, a favorecer o mexicano, como a percentagem de remates enquadrados, ocasiões convertidas e passes para finalização.

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