Rui Costa: "Rafa e Di María abdicaram de muitos milhões para estarem no Benfica”
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Rui Costa: "Rafa e Di María abdicaram de muitos milhões para estarem no Benfica”

Presidente do clube da Luz elogia compromisso dos dois jogadores que estão em final de contrato, mas não garante a continuidade. E explicou o mercado de inverno ao pormenor.
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Rui Costa não garante a continuidade de Rafa e Di María no Benfica na próxima época - os dois jogadores terminam contrato -, mas assegurou esta sexta-feira, numa entrevista à BTV, que os dois futebolistas estão completamente comprometidos e que ambos abdicaram de muito dinheiro no início da época para estarem na Luz.

“Percebo a questão em redor de Rafa e Di María e tenho que começar pelo início de época. Quer um, quer outro, abdicaram de muitos milhões de euros para estarem no Benfica. Di María abdicou de grandíssimos contratos milionários, estava livre. E o Rafa teve enormes propostas para sair e rejeitou-as, assim como Benfica prescindiu de valores arriscando que ele saia a custo zero no final da época. O compromisso de ambos é exemplar. Vamos ver o que isto vai dar até final da época, não vale a pena antecipar cenários”, analisou.

Numa entrevista onde explicou ao pormenor todas as entradas e saídas no mercado de inverno, o líder benfiquista explicou  porque não foi contratado um defesa direito. Uma declaração onde deixou rasgados elogios a Aursnes, que jogou várias vezes adaptado a essa posição. “É um joker neste plantel porque consegue jogar bem em todas as posições. Acho muita graça que se diga que a posição dele é médio esquerdo. Ele foi contratado para médio centro e até hoje foi onde jogou menos. É capaz de perceber o jogo em todas as posições e ter sempre um desempenho extraordinário. Na minha opinião foi o melhor defesa direito em Portugal durante o ano, com golos e assistências”, referiu.

Relativamente à saída de jogadores no mercado de inverno, revelou que Jurásek, que custou 12 milhões de euros,  “não teve o impacto esperado, numa posição que não era nada fácil pelo impacto que Grimaldo tinha tido”. Quanto a Gonçalo Guedes, lembrou que estava emprestado pelo Wolverhampton, e que devido a lesões perdeu espaço. “Não merecia que o impedíssemos de continuar o seu percurso porque não estava a ter a importância que se esperava no início da época”, referiu, elogiando o seu profissionalismo: “Ainda hoje, ninguém percebe, nem eu nem médicos, como aguentou os últimos 15 minutos a jogar naquelas condições e ainda foi influente no final” do jogo frente ao Sporting da época passada.

No que toca aos quatro reforços contratados (Marcos Leonardo, Prestianni, Álvaro Carreras e Rollheiser , começou por revelar que todos estavam referenciados há algum tempo e que só começarão a ser pagos na próxima época.

E deixou uma confissão no caso do brasileiro Marcos Leonardo: “Só foi possivel porque o Santos desceu de divisão, caso contrário teríamos dificuldades em trazê-lo, e também graças às relações com o Santos. Levava perto de 50 golos já com 20 anos, dá-nos garantias para o presente e futuro.”

Rui Costa destacou ainda o facto de as contas entre gastos em reforços e saídas do plantel em janeiro serem muito equilibradas - foram dispendidos 28 milhões e as receitas foram de 23,5M: “Conseguimos aportar ao plantel o que queríamos, sempre com equilíbrio financeiro. Já ouvi dizer que estamos a fazer all-ins, mas procuramos sempre, olhando claro para a parte desportiva, que a vertente financeira não fique desequilibrada. E foi isso que fizemos. Há mercados onde podemos ter que gastar mais do que outros, há outros em que a parte desportiva prevalece.”

Uma palavra a Eriksson

O presidente do Benfica fez ainda questão de elogiar o trabalho de toda  estrutura do futebol, em especial do diretor desportivo Rui Pedro Bráz: “Pela força que me dá e pelo acompanhamento que me faz no mercado, sendo inexcedível no apoio juntamente com a sua equipa de scouting.” Schmidt também mereceu elogios por ser “um treinador que não tem medo de apostar nos jovens”.

E a terminar, não esqueceu Sven-Göran Eriksson, o treinador que o lançou na equipa principal do Benfica e que neste momento luta contra um cancro. “Soubemos da situação há ano e pouco. Este grande senhor, que será sempre da casa, nunca está esquecido por nós. Em setembro, no dia do jogo com o FC Porto, esteve organizada uma homenagem em que ele viria com a família. Infelizmente, na véspera, o médico desaconselhou a viagem para Lisboa. Temos uma grande dificuldade em trazê-lo cá por essas razões. A família dele viajou e a filha viu o jogo ao meu lado. Não temos memória curta. Estamos todos com ele nesta luta a torcer para que possa ganhar mais este campeonato”, assegurou. 

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