Rúben Amorim: "Se o presidente desse a cara por mim sentir-me-ia diminuído"
O Sporting falhou hoje o objetivo de se apurar para os oitavos de final da Liga dos Campeões, ao perder com o E. Frankfurt (2-1) e Rúben Amorim deu a cara no fim. E quando questionado se mais alguém da estrutura (o presidente Frederico Varandas e o diretor desportivo Hugo Viana) o devia fazer, respondeu que não!
"O presidente e o Hugo Viana não têm culpa de a equipa ser eliminada da Taça pelo Varzim, de estar a doze pontos na Liga e de ser eliminado da Champions. Dar a cara é para mim e acho bem que seja para mim. Estamos em sintonia. Sentir-me-ia diminuído e não ajudado se viessem defender-me agora em dia de jogo. O presidente deve ter esse momento nas Assembleias, no clube. Não deve dar a cara, não me ajudaria. Eu estou aqui a dar cara", atirou Amorim.
Na opinião do técnico, "a época não está perdida, mas vários objetivos caíram" e isso levará a uma reformulação dos restantes objetivos durante a paragem para o Mundial 2022 (de 20 de novembro a 18 de dezembro) e sem dramas: "Não sei o que se vai passar agora, temos a paragem do Mundial. Agora o clube está organizado, está bem financeiramente, tem valores no plantel e isso é o começo de tudo. Quando cheguei não havia nada disso. A época está difícil. Enquanto clube vamos analisar e não entrar em dramas. Mais de metade da época está perdida porque os objetivos caíram, não há problema assumir e até é bom termos essa noção. Mas enquanto houver um objetivo e um plano para o futuro nada está perdido."
E de que forma isso compromete a continuidade no cargo? "É difícil e não é normal um treinador no Sporting aguentar-se com tantos desaires. Não vou estar aqui a enumerar o trajeto, nunca vou fazer esse papel, defender-me com o que fizemos e com os jogadores se têm experiência ou não. Mas não é normal num clube como o Sporting um treinador aguentar-se, não é? Mas vivo bem com isso e faz parte da vida de um treinador. Quanto a mim é continuar a trabalhar e pensar já no próximo jogo", respondeu Amorim.
Sobre o jogo, com o o Eintracht Frankfurt, o técnico admitiu alguma ansiedade. "Foi uma equipa ansiosa. Eles também muito ansiosos com um jogo muito confuso. O adversário sem rematar à baliza e nós com mais oportunidades. Eles às vezes um bocadinho com mais bola e acabou por a equipa alemã ser mais feliz. No fim, foi isso", começou por dizer, lembrando que "o penálti mudou o jogo".
Menos mal, a equipa apurou-se para a Liga Europa. "A vida é seguir em frente. Estamos desanimados e é uma época complicada. Agora nem vamos pensar na Liga Europa. É completamente indiferente hoje. Temos de olhar para nós e ver que é um nível muito alto e mesmo assim dividimos o jogo, mas temos de ser melhores. Eles tentaram tudo. Não lhes posso dizer nada. Foi complicado jogar este jogo porque nos falta qualquer coisa e acho que tem muito a ver com a confiança. Falta-nos qualquer coisa, vemos isso ao olhar para o jogo. Não há fórmulas mágicas para ninguém."