O Benfica vai pagar 9,5 milhões de euros ao Estudiantes para contratar Benjamín Rollheiser.
O Benfica vai pagar 9,5 milhões de euros ao Estudiantes para contratar Benjamín Rollheiser.

Rollheiser viveu uma história de superação até chegar ao Benfica

O atacante de 23 anos chega esta sexta-feira a Lisboa para reforçar os encarnados. É um dos jogadores “mais decisivos” da Argentina, que ultrapassou duas lesões graves antes de começar a brilhar.
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É daquelas histórias de resiliência e superação a que viveu Benjamín Rollheiser, futebolista argentino de 23 anos que chega esta sexta-feira a Lisboa para reforçar o Benfica, a troco de 9,5 milhões de euros pagos ao Estudiantes, que detém 90% dos direitos económicos. 

À espera deste jovem nascido emCoronel Suárez, pequena cidade a 550 quilómetros da capital Buenos Aires, estará um contrato válido até 2029 e uma salto numa carreira que por certo não imaginaria há quatro anos, quando enfrentou a segunda lesão grave da sua curta carreira que, ainda assim, não lhe retirou o sonho de ser futebolista profissional.

Um sonho que começou a ganhar forma aos 14 anos, quando se estreou na equipa principal do Deportivo Sarmiento, o clube da sua cidade, que militava nas divisões secundárias da Argentina. Foi em outubro de 2014. Até ao final desse ano ainda jogou mais sete partidas, tendo marcado um golo

Não demorou muito até que despertasse o interesse do River Plate, um dos maiores clubes mundiais. Em janeiro de 2015 mudou-se para Buenos Aires para cumprir o sonho, um ano depois já jogava pelas reservas do clube e em 2017 foi chamado à seleção argentina de sub-17. Nesse mesmo ano cumpriu o sonho de conhecer o ídolo Lionel Messi, ao ser um dos jovens chamados por Jorge Sampaoli para participar num treino da seleção principal, antes de um jogo com oBrasil. “Aconteceu uma coisa incrível comigo: estávamos a brincar com a bola e ele passou a bola por entre as minhas pernas. Eu nem vi por onde a bola passou. Foi como um raio. Começamos a rir. Ele é um génio”, contou na altura o jovem Benjamín Rollheiser.

Por essa altura, o talento de Rollheiser não passava despercebido a ninguém, parecia destinado a grandes voos. Só que, em 2018, quando já estava na equipa principal sofreu uma lesão nas costas. Tinha apenas 18 anos e enfrentou uma paragem de oito meses. Um autêntico calvário que acabou por ultrapassar. “O que se passou tornou-me mais forte e volto com mais vontade”, disse então ao site oficial do River Plate, garantindo que continuava a sonhar com uma nova oportunidade do treinador Marcelo Gallardo na equipa principal. “É como começar tudo de novo, por isso quero jogar o maior número de partidas para reencontrar o meu nível futebolístico”, disse, consciente do que o esperava. 

Em 2019, marcou o primeiro golo pela equipa principal do River Plate frente ao Colón, contribuindo assim para a conquista do Torneio dos Campeões, uma prova comparável à Supertaça em Portugal. Rollheiser estava outra vez numa fase ascendente, a recuperar o tempo perdido, quando em fevereiro de 2020 sofreu uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo durante um treino. Nova paragem longa. No entanto, Benjamín não deu tréguas a mais um revés e nove meses depois lá estava ele a regressar aos relvados, substituindo Julian Álvarez (atualmente no Manchester City) a 15 minutos do final da partida que o River Plate venceu por 1-0 em casa do Godoy Cruz, a contar para a Taça Diego Maradona.

Era mais um reinício para Benjamín Rollheiser, que em 2021 fez 29 jogos pela equipa principal, mas acabou a temporada relegado para as reservas por estar em final de contrato e não querer renovar.

O River Plate estava interessado em continuar com o atacante nas suas fileiras. Só que o empresário de Rollheiser exigiu, além de um aumento salarial, que o clube adquirisse por dois milhões de dólares (1,8 milhões de euros) os 20% do passe que estavam na posse do próprio futebolista, algo que os dirigentes recusaram. 

Estava assim aberta a porta de saída a Rollheiser. Mas depressa surgiu o Estudiantes, clube por onde já havia passado entre 2010 e 2012 como infantil. Osalário do jogador sofreu um aumento de 60% e, mais importante do que isso, passou a jogar com mais regularidade e tornou-se num jogador importante ao ponto de no ano passado ter conseguido atingir o seu melhor nível, com 57 jogos, 12 golos e sete assistências. 

O impacto nos Estudiantes foi tão grande que o treinador Eduardo Dominguez não poupou nos elogios. “Ele tem coisas de Messi, mas atenção que não é o Messi. Rollheiser é dos jogadores mais decisivos do futebol argentino e tem que aprender a preservar aquilo que está a conquistar. Afinal, o que está a viver agora não foi de graça”, disse o técnico, lembrando a resiliência do atacante para alcançar um nível alto.

Agora, Benjamín Rollheiser chega ao Benfica com uma expectativa elevada, afinal na época 2024/25 deverá ter de assumir a responsabilidade de colmatar a mais que provável saída de Rafa Silva no final desta época. Até lá terá uma fase de adaptação a uma nova realidade.

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