Novo Jamor idêntico ao velho, mas com mais segurança e conforto (veja as fotos)
Paulo Spranger

Novo Jamor idêntico ao velho, mas com mais segurança e conforto (veja as fotos)

Consórcio liderado pelo arquiteto Aires Mateus venceu o concurso de ideias para a requalificação do Estádio Nacional. Orçamentado em 25M€, obra final ainda vai ser edificada e sofrer alterações.
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O consórcio liderado pelo arquiteto Aires Mateus, prémio Pessoa em 2017, venceu o concurso de ideias para a requalificação do Estádio Nacional, no Jamor. As alterações mais significativas são estruturais, mas a cobertura da bancada central e as mudanças na zona da Tribuna VIP são as mudanças mais impactantes. Obras ainda sem data para avançar foram orçamentadas em 25 milhões de euros.

O projeto conjunto entre a Aires Mateus III Lda, Atherden Fuller Leng e Gonçalves Vieira-Cruz manteve os balneários no local onde hoje se encontram e a entrada no recinto pelo túnel e em pleno relvado.

Visualmente, o Complexo do Jamor permanece quase igual, apesar do projeto prever a modernização do espaço e a promessa de torná-lo mais acessível e confortável aos adeptos. Algo que ainda terá de ser transportado para o projeto final, que irá sofrer alterações. “Este concurso é apenas o princípio de um diálogo. Uma das coisas que vai logo acabar são os contentores que servem de casas de banho nos dias de jogos. Vamos ter um Estádio Nacional em condições para receber as pessoas”, explicou o arquiteto que liderou o consórcio.

O ponto de partida para a recuperação arquitetónica do Estádio Nacional foi dado oficialmente no dia 14 de julho de 2023, com a assinatura de um protocolo entre o município de Oeiras, o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), a Direção Geral do Património Cultural (DGPC) e três federações nacionais (futebol, atletismo e râguebi).

Seguiu-se a definição de um caderno de encargos e o lançamento de um concurso de ideias para recuperar e modernizar o histórico recinto, que continua à espera de ser classificado como Património Nacional. Também por isso, a Direção Geral do Património Cultural fez parte do júri que escolheu o vencedor de entre os seis projetos a concurso.

Novo Jamor idêntico ao velho, mas com mais segurança e conforto (veja as fotos)
Requalificação respeita traçado histórico. Estádio Nacional vai ter bancadas cobertas

Mais que um palco desportivo

Antes de ser assinado o protocolo para a reabilitação do espaço, o Estádio de Honra, o court de ténis central, os edifícios anexos e a mata do Jamor permaneciam em vias de classificação como Património Nacional. Uma luta que dura desde 2012. Era por isso obrigatório respeitar o traçado histórico do Estádio Nacional. Segundo apurou o DN, a pala foi a solução encontrada para cumprir o caderno de encargos, que não previa a cobertura de todas as bancadas do estádio inaugurado em 1944.

Presente no anúncio do vencedor na cerimónia de segunda-feira na Ordem dos Arquitetos, em Lisboa, o secretário de Estado do Desporto lembrou que ao fim de oito décadas de vida se impõe a requalificação do espaço. “Vai ser efetuado um investimento avultado que dará ao Jamor as condições necessárias para competir, aumentando as condições de segurança e de conforto. A nossa visão é que, além de ser um palco de eventos desportivos, o Jamor seja também um ponto de encontro para a comunidade”, disse Pedro Dias, revelando que o Estado avança com 6% dos 25 milhões de euros orçamentados.

Já Fernando Gomes mostrou-se “orgulhoso” pelo organismo estar a liderar o processo de reabilitação de um espaço “que transcende” a mera funcionalidade desportiva. “O Estádio Nacional não é apenas uma infraestrutura desportiva, é um símbolo de uma história rica que faz parte da identidade do futebol e do desporto do nosso País”, disse o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, uma das envolvidas no processo juntamente com a federação de Atletismo e a de Râguebi.

O estádio é nacional, mas fica localizado no Jamor, município de Oeiras, facto enaltecido por Isaltino Morais: “A democracia chegou tarde ao Jamor, pois o espaço era, historicamente, uma espécie de quinta dos responsáveis políticos. Esta reabilitação quebrou essa realidade e, a partir de agora, vamos rentabilizar um património extraordinário.”

isaura.almeida@dn.pt

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